Travis King: soldado norte-americano que atravessou fronteira da Coreia do Norte foi deportado para os EUA e acusado de deserção - TVI

Travis King: soldado norte-americano que atravessou fronteira da Coreia do Norte foi deportado para os EUA e acusado de deserção

  • Agência Lusa
  • NM
  • 20 out 2023, 07:38

Travis King está acusado dos crimes de deserção, agressão, desobediência a um oficial superior, insubordinação, prestação de falsas declarações e tentativa de solicitar fotografias sexuais de um menor

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O exército dos Estados Unidos acusou o soldado norte-americano Travis King, que atravessou ilegalmente a fronteira da Coreia do Norte, em julho, e foi depois detido e deportado para os EUA, de vários crimes, incluindo deserção.

De acordo com os documentos de acusação obtidos pelo jornal Washington Post, King foi acusado de violar o código legal das forças armadas norte-americanas ao cometer ofensas que incluem deserção, agressão, desobediência a um oficial superior, insubordinação, prestação de falsas declarações e tentativa de solicitar fotografias sexuais de um menor.

A Casa Branca declarou, a 27 de setembro, que o soldado de 23 anos se encontrava sob custódia dos EUA, depois de ter sido deportado da Coreia do Norte, país onde tinha entrado irregularmente através da fronteira com o Sul, em julho.

King atravessou a Linha de Demarcação Militar em 18 de julho e entrou em território norte-coreano sem autorização, quando se encontrava numa visita turística à fronteira intercoreana.

King e os problemas com a Justiça sul-coreana

O soldado, que prestava serviço na Coreia do Sul, devia ser repatriado para os EUA como medida disciplinar devido aos problemas com a Justiça sul-coreana, mas fugiu para a Coreia do Norte onde, de acordo com Pyongyang, pediu asilo.

O regime de Kim Jong-un anunciou a deportação em setembro, após a conclusão de uma investigação sobre o caso, mas não foram divulgados mais pormenores.

Durante a investigação, Travis King confessou ter entrado ilegalmente na Coreia do Norte "porque nutria ressentimento contra os maus tratos, desumanos, e a discriminação racial no seio das forças armadas norte-americanas", indicou a agência estatal norte-coreana KCNA.

Foi necessário um mês para que Pyongyang confirmasse publicamente a detenção de King, e os EUA admitiram dificuldades em contactar o Governo norte-coreano, com o qual não têm relações diplomáticas.

Antes de fugir para a Coreia do Norte, King tinha passado 48 dias numa prisão sul-coreana por não ter pagado uma multa imposta em fevereiro devido a um incidente com a polícia em Seul.

O soldado devia ter regressado aos EUA, mas fugiu do aeroporto de Seul, informou o Pentágono, na sequência do incidente.

Os documentos de acusação, noticiou o Washington Post, afirmam que King deixou o quartel na Coreia do Sul sem autorização no outono de 2022 e consumiu álcool, contra as regras, tendo ainda pontapeado na cabeça um sargento durante um incidente em outubro de 2022 e solicitado fotografias sexuais de um menor através da aplicação de mensagens Snapchat.

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