«Colombatto? Nem se cuidou de saber se o Pepe era branco» - TVI

«Colombatto? Nem se cuidou de saber se o Pepe era branco»

Miguel Ribeiro (Famalicão)

O presidente da SAD do Famalicão abordou o episódio no jogo da Taça de Portugal para ilustrar o que considera ser o desajuste das prioridades no futebol português. Esta segunda-feira, o presidente do clube anunciou que não se vai recandidatar nas próximas eleições

Relacionados

O presidente da SAD do Famalicão, Miguel Ribeiro, abordou pela primeira vez o episódio do jogo da Taça de Portugal contra o FC Porto que envolveu Santiago Colombatto e Pepe. O dirigente do emblema minhoto referiu o tema para ilustrar o que considera ser o desajuste das prioridades no futebol português.

«Na meia-final do Dragão, em que fizemos um grande jogo, durante 30 minutos, o desgraçado do treinador do Famalicão só tentava demonstrar como é que conseguimos jogar e só podíamos responder a um tipo que diz que outro tipo lhe chamou "mono", que curiosamente até é branco, o que não deixa de ser interessante. Portanto, vejam como esta comunicação é hostil, porque nem se cuidou de saber se ele era branco, mas diz que lhe chamaram macaco ou "mono", o que é absurdo. Centrou-se na forma como o treinador festejou, se foi ao nosso banco e ninguém se centrou no nosso plano de jogo extraordinário. Demorámos 34 minutos a falar do jogo», disse, na participação no 17.º Congresso Internacional de Futebol da Universidade da Maia.

Miguel Ribeiro responsabilizou os três crónicos candidatos ao título pelo clima de hostilidade na comunicação do futebol, reforçando que o estado atual pode condicionar a venda dos direitos televisivos para a centralização, em 2028.

«Hoje temos um produto complicado de vender e percebemos a dimensão da comunicação quando vemos o quanto estamos a comunicar hoje e quão mal estamos a fazê-lo. Em 2028, temos um grande desafio que é a centralização e a forma como estamos a viver todo este "métier" leva-nos a perguntar como vamos vender o nosso produto. Era altura de estar a embelezá-lo para o vender. Se comprarem um carro em segunda mão, se tiver esbarrado não o compram. Se estivermos algum tempo a embelezá-lo, em que o arranjamos, pintamos, e pomo-lo a brilhar, seguramente que o compram a um preço superior», apontou, na palestra intitulada de «Comunicação no Futebol». 

O dirigente referiu ainda que o Famalicão tem a "obrigação" de comunicar da forma que considera ser a mais correta, mas que face «à sua pequena dimensão» social, não pode alterar o panorama atual.

«Acho que a responsabilização assenta pouco em nós. Não me quero estar a desculpar, mas não diria que seja do Sporting de Braga para baixo. Os três maiores são os grandes responsáveis por sairmos do contexto de discutir o jogo e o jogador. Discutimos muito pouco se o Sporting baixa e ataca a profundidade ou se precisava de um 'nove', ou se o Benfica do Schmidt usa os laterais para ganhar superioridade, ou se o Sérgio [Conceição] baixa o bloco... zero. Andamos sempre com o árbitro, mas eu não pago esse cartório porque acho que os três ou quatro por cento que não são dos três grandes não têm expressão nisto», afirmou.

Nota ainda para o facto de o presidente do Famalicão, Jorge Silva, ter anunciado que não se vai recandidatar à liderança do clube nas eleições que estão agendadas para 16 de junho. O atual líder do clube famalicense justificou a decisão com «motivos pessoais, nomeadamente o desgaste familiar».

Continue a ler esta notícia

Relacionados