Farense-Estoril, 1-0 (crónica) - TVI

Farense-Estoril, 1-0 (crónica)

  • Pedro Lemos
  • Estádio S. Luís, Faro
  • 6 out, 17:47

Um herói fora de horas

Esteve longe de ser um grande jogo, mas o que interessa isso para uma equipa que, acima de tudo, precisa de pontos?

A primeira vitória do Farense no campeonato, alcançada hoje frente ao Estoril (1-0), teve contornos épicos.

Jogava-se o último minuto do período de descontos quando Raúl Silva, defesa central que já jogava a ponta de lança, recebeu um passe de Velasquez e, solto de marcação, rematou para o fundo das redes.

O Estádio de São Luís foi abaixo e não era caso para menos: será este o clique de que os algarvios precisam para se endireitarem?

Num plantel marcado por várias lesões (Rafael Barbosa, Mehdi, Tomané, Marco Matias ou Dario Povedo são apenas alguns dos exemplos), Tozé Marreco teve de improvisar na sua estreia no São Luís.

Elves Baldé, por exemplo, que ainda não tinha sido titular esta temporada, foi chamado ao 11 inicial de um Farense que precisava urgentemente de pontos.

E o jogo nem começou mal para os algarvios. No campo notava-se vontade de dar um derradeiro pontapé na crise que marcou o início da temporada dos leões de Faro (sete jogos, seis derrotas e um empate).

Muitas vezes, a vontade não passou disso mesmo.

Ainda assim, a primeira oportunidade até foi para o Farense: logo ao minuto 6, Falcão, em posição frontal, aproveitou uma recuperação de Neto e rematou em jeito com a bola bater com estrondo no poste.

O Estoril não demorou a responder e logo com uma ocasião soberana para marcar. Fabrício foi rasteirado por Artur Jorge, dentro da área, e Begraoui foi chamado para bater um penálti que… desperdiçou.

A bola bateu na barra e saiu pela linha de fundo.

A primeira parte, de resto, ficou marcada… pelos ferros. Isto porque, até ao intervalo, ainda houve mais uma bola a ir ao poste.

Desta feita, foi Elves Baldé que, após conduzir um contra-ataque rapidíssimo, entrou na área e rematou ao poste.

Se a primeira parte não fica na história pelo bom futebol praticado, a segunda ainda menos.

O Farense teve mais bola, o Estoril ainda espreitou o golo, mas, no final, o que valeu foi aquele contra-ataque, no último minuto dos descontos, que acabou com Raul Silva a marcar.

Os três pontos ficaram em Faro, numa tarde em que, mais do que tudo, contou o resultado.

A FIGURA: Raúl Silva

Não há volta a dar. Ricardo Velho também merecia pelo contexto e até pela exibição, mas o golo de Raúl Silva, no último minuto do período de descontos, faz com que a escolha tenha de ser o defesa-central. Pode ter sido um milagre, mas também é deles que se faz o futebol. Raúl Silva à Coates deu o melhor seguimento a um passe de Velasquez, marcou e fez com que os três pontos ficassem em Faro.

O MOMENTO: Ao cair do pano, chegou Raúl (90+5m)

Até àquele minuto 95, o penálti de Berghoui, desperdiçado ao minuto 16, era claramente o momento do jogo. Mas tudo mudou com o golo de Raúl Silva, numa altura em que o empate já parecia ser o resultado certo. Apareceu um defesa central, disfarçado de ponta de lança, para dar a primeira vitória no campeonato ao Farense.

POSITIVO: Homenagem a Ricardo Velho

Já tinha sido anunciado pela claque do Farense, e, ao minuto 33, a promessa não falhou. Todo o Estádio de São Luís, bateu palmas a Ricardo Velho, guarda-redes do Farense que veste a camisola 33, recentemente convocado para a seleção nacional. Foi o segundo momento de homenagem a Velho que, ainda antes do início do encontro, recebeu uma camisola, das mãos do presidente do Farense, também alusiva à convocatória.

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