[O que faltou ao Farense para vencer hoje a partida?]
Faltou marcar golos, faltou rematar… Este jogo todos sabíamos que ia ser extremamente difícil porque este adversário é bom.
O Moreirense já tem sete ou oito vitórias por 1-0. É uma equipa que, às vezes, não valorizamos muito por ser o clube que é e que subiu agora à I Liga.
Só que tem uma excelente estrutura, é uma equipa muito bem organizada que, na época passada, fez um campeonato extraordinário e este ano também o está a fazer.
Na análise a este jogo e na observação, alertámos para isso. Esta equipa, quando está a vencer, dificilmente sofre e mais uma vez se provou isso.
É sempre justa a vitória quando uma equipa marca e a outra não. O golo acabou por ser aos ressaltos e foi um jogo sem grandes oportunidades: muito pelo contrário.
Jogou-se muito em termos da entrega a meio campo e o Moreirense entrou melhor, sem dúvida. Os primeiros 20 minutos controlou ,sem criar perigo, mas controlou: teve mais posse, sempre mais organizado e nós estávamos sem grande acutilância, agressividade e sem pressionar o portador da bola.
Não foi isso que tinha pedido aos meus atletas. Veio o golo, penso que melhorámos em alguns momentos, mas acaba por surgir a expulsão e tivemos dificuldades não só em comandar o jogo, como em chegar perto da baliza do Moreirense.
Tínhamos de fazer algo ao intervalo, pelo menos termos mais agressividade, ganharmos os duelos. Conseguimos dominar o meio campo: mesmo em inferioridade numérica, fomos sempre mais pressionantes a ganhar as segundas bolas, os duelos, com mais cantos, mais bolas paradas.
Estivemos sempre até ao final a olhar para o jogo e a pensar que isto ia dar para nós: que íamos conseguir o golo.
O Ricardo Velho acho que não fez nenhuma defesa e nós fomos alimentando, com essa determinação e com as alterações, essa esperança. Tivemos uma ou outra situação.
Foi pena porque acho que este resultado é injusto: não acho que o Moreirense se tenha superiorizado ao Farense. Fez um golo, mas, quando avaliamos no geral, acho que nenhuma equipa se superiorizou à outra.
[O Farense leva cinco jogos sem ganhar e seguem-se, agora, mais dois fora de casa. Sente que este pode ser um momento crucial para o desfecho da época?]
Não acho. Vocês [jornalistas] falam dos cinco jogos sem ganhar, mas nós estivemos quatro e cinco sem perder e vocês falavam muito pouco disso.
Este ciclo é um ciclo diferente: jogar com FC Porto, Famalicão, Sporting de Braga, Moreirense… Nós estamos a falar de equipas que estão do topo da tabela para cima.
Eu também sei que, por esta altura, na primeira volta, tínhamos seis pontos e agora temos cinco. Não é assim tão mau. Ou é? Acho que vocês [jornalistas] também têm de trazer o trabalho de casa.
Nós sabemos o nosso percurso e o que temos de fazer. Todas as equipas têm estes ciclos: até os grandes. Temos é perceber quem foram os nossos adversários: o Moreirense, por exemplo, é das equipas que mais pontos tem fora.
[Fica limitado para o jogo com o Sporting. Sem Mattheus e sem o Bruno Duarte…]
Nunca me vão ouvir aqui a lamentar. Se tiver de meter um central a ponta de lança, meto. Não era a primeira vez.
Eu tenho aqui um plantel que me dá garantias de ser aquela equipa com condições de chegar ao fim de cada jogo e ter aquele sentimento de que eles deram tudo o que tinham.
E hoje isso aconteceu outra vez.