Buscas no Dragão, Luz e Alvalade: os alegados crimes que levaram à megaoperação nos três maiores clubes portugueses - TVI

Buscas no Dragão, Luz e Alvalade: os alegados crimes que levaram à megaoperação nos três maiores clubes portugueses

Estádio do Dragão

De acordo com a Justiça, existem indícios de vantagens patrimoniais ilegítimas que ascendem aos 58 milhões de euros

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Depois de a manhã desta quarta-feira ter sido marcada pelas buscas nos estádios do Dragão, Luz e Alvalade, o Ministério Público esclareceu a megaoperação através de um comunicado. No documento, pode ler-se que estiveram em curso mais de 60 buscas em "instalações de sociedades, incluindo as sociedades anónimas desportivas do Sporting C.P., S.L. e Benfica e F.C. Porto, escritórios de advogados e de contabilidade, bem como diversas residências".

As diligências ocorreram nas regiões de Lisboa, Porto, Braga, Viana do Castelo, Aveiro e Setúbal, sendo que se investigavam "suspeitas de prática de crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a segurança social e branqueamento de capitais", diz o Ministério Público, acrescentando que todos os crimes estão ligados à celebração ou renovação de contratos de jogadores de futebol, ao pagamento de comissões e circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios, bem como à utilização de direitos de imagem.

Os factos sob os quais recaem suspeitas ocorreram entre 2014 e 2022 e têm uma "forte dimensão internacional". O Ministério Público assegura que existem indícios de vantagens  patrimoniais ilegítimas, fiscais e contra a segurança social, no valor global de mais de 58 milhões de euros.

Nesta megaoperação, estiveram empenhados cerca de 250 elementos, inspetores tributários e aduaneiros, militares da Guarda Nacional Republicana, para além de magistrados do Ministério Público, magistrados judiciais, estando ainda presentes representantes da Ordem dos Advogados.

Fuga ao fisco

A Autoridade Tributária explica que colocou em curso, esta quarta-feira, a “Operação Penálti” que se consubstancia no cumprimento de 67 mandados de busca, sendo 36 de busca domiciliária e 31 de buscas não domiciliária, sendo três as Sociedades Anónimas Desportivas (SAD) e 28 escritórios de advogados, gabinetes de contabilidade e empresas de agentes de desportivos. Empenhados na megaoperação estiveram cerca de 250 efetivos, entre 122 inspetores tributários e aduaneiros da Unidade dos Grandes Contribuintes e da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e Ações especiais (DSIFAE), com o apoio operacional 117 militares da Unidade de Ação Fiscal da GNR e Magistrados do Ministério Público e Magistrados Judiciais.

A autoridade revela ainda que as ações judiciais estão ligadas a negócios relacionados com o universo do futebol profissional.

"Os mesmos negócios terão visado ocultar ou obstaculizar a identificação dos reais beneficiários finais dos rendimentos subtraindo-os, por estas vias, ao cumprimento das obrigações declarativas e subsequente tributação devida em Portugal", pode ler-se no comunicado.

 

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