A Figura: Prpic em estreia a titular
O jovem defesa croata, de 21 anos, foi totalista e acumulou créditos no tribunal do Dragão, graças à coragem para subir no terreno e contribuir para a construção adiantada, até com recuperações junto ao trio do miolo. Por norma no corredor central, o defesa ganhou dez em 14 duelos, sofreu uma falta, concretizou 54 em 61 passes, fez dois dribles – em dois tentados – e bloqueou um remate. À falta de Nehuén Pérez, Prpic chega-se à frente e deixa um recado à “concorrência”. Está a crescer e integra os “upgrades” de posição deste FC Porto.
O Momento: Mora sacode lição sérvia, minuto 89
A vantagem precoce tornou o FC Porto convencido, descurando a transição defensiva e banalizando os duelos na própria área. O empate foi restabelecido na sequência de vários passes errados e lances aéreos pouco ou nada contestados. No desenrolar desta quinta-feira, a resistência sérvia na segunda parte aproximava os dragões da primeira noite sem vencer na época. No momento crucial, Rodrigo Mora foi herói, soltando a festa de quase 43 mil adeptos. Após recuperação e passe longo de Gabri Veiga – e assistência de Pepê – o jovem de 18 anos confirmou o nono triunfo consecutivo em 2025/26, algo que esteve em risco de acontecer à custa de alguma sobranceria instalada no “onze” apresentado por Francesco Farioli.
Acontece que entre os habituais titulares e as segundas linhas há diferenças evidentes, ora de foro técnico, ora do âmbito emocional. Ficou evidente. Em todo o caso, o timoneiro italiano acumula motivos para sorrir. Afinal, a maioria está empenhada em agarrar a titularidade. Outra conclusão desta noite, ainda que nem sempre evidente.
Além do golo, Rodrigo Mora ganhou seis em dez duelos, conseguiu quatro cortes e três alívios, e concretizou 13 em 19 passes.
Outros destaques.
Ángel Alárcon: mais ambicioso do que ansioso, revelou-se determinante na primeira parte na ajuda a Zaidu, compensando atrás, e combinando com Rodrigo Mora nas imediações da área. Ávido para ameaçar o golo, aprontou-se a procurar Gül em cruzamentos e a estancar os contra-ataques sérvios. No rescaldo da estreia a titular pela equipa principal, o extremo espanhol de 21 anos pode gabar-se de dar o salto de uma equipa B para lá de frágil.
Pablo Rosario: quiçá a exibição menos conseguida do dominicano, reconhecido por Farioli como um “soldado”. Acumulou perdas de posse e passes errados, sobretudo na primeira parte. Na etapa complementar recuou para central e desapareceu do “olho do furacão”. Há pouco mais de um mês na Invicta, Rosario já atuou como lateral, central e médio. É, portanto, uma das peças mais ecléticas neste puzzle.
Deniz Gül: combativo e veloz enquanto os músculos permitiram, o internacional turco provou que está mais audaz. Esta noite não marcou, mas ganhou o penálti que resultou no 1-0. O crescimento vai permitir colher momentos de festa.
William Gomes: segue insaciável e empurrou o FC Porto para o 1-0, seguindo-se momentos de levantar os adeptos, ora em remates, fintas, cruzamentos ou pressão sobre os adversários. O extremo de 19 anos segue imparável e estará na mira dos “tubarões”.
Zaidu: errático na transição ofensiva, o nigeriano gerou ira pela insistência em arriscar perante um bloco sérvio compacto. Exibição pouco conseguida e cada vez mais longe de Francisco Moura.
Martim Fernandes: depois da expulsão em Arouca, uma má primeira parte. Fixo atrás, o corredor direito apenas contou com William Gomes. Além disso, o jovem lateral arriscou com passes longos junto à própria área, proporcionando contra-ataques do Estrela. No domingo, aquando da receção ao Benfica, vai cumprir castigo.
Alberto Costa, Froholdt, Gabri Veiga e Pepê: os habituais titulares renovaram a ambição portista. Gabri Veiga e Pepê edificaram o decisivo golo, patrocinando a euforia de Rodrigo Mora.
Kostov: o médio de 17 anos estreou-se a marcar na Europa e é o primeiro jogador adversário a marcar ao FC Porto na época. Um caso de combatividade e construção assertiva. A ter em conta para o futuro.
Radonjic: o ex-Benfica conduziu os contra-ataques na primeira parte, lançando avisos que o FC Porto optou por ignorar, ganhando a falta cujo livre resultou no 1-1.
Matheus: no regresso ao Dragão, o guardião ex-Sp. Braga pausou a partida sempre que possível. Poucas defesas anotou, até porque pouco trabalho teve e nada podia fazer nos golos de William e Mora.