«Discurso dos sacrifícios já não pega» - TVI

«Discurso dos sacrifícios já não pega»

  • Portugal Diário
  • 9 set 2007, 22:47
Festa do Avante (Mário Cruz/Lusa)

Avante: PCP exige medidas para travar desemprego e endividamento

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, avisou hoje o primeiro-ministro de que o «discurso dos sacrifícios já não pega» e exigiu medidas para travar o desemprego e o endividamento das famílias, noticia a Lusa.

«É tempo de o primeiro-ministro perceber que já não pega quando apela aos sacrifícios e à compreensão de todos os portugueses, enquanto permite que um punhado de nababos amassem fortunas colossais», afirmou.

O líder do PCP falava no discurso de encerramento da Festa do Avante!, que marca a "rentrée" política dos comunistas, na Quinta da Atalaia, Seixal.

Perante milhares de militantes, Jerónimo de Sousa alertou que «o endividamento e o aumento dos juros se tornaram, este ano, um grave problema social» que exige medidas do Governo.

«É preciso pôr um travão nos aumentos [das taxas de juro] e o Governo português não pode continuar a acompanhar as posições dos fundamentalistas do monetarismo», defendeu.

Na opinião do PCP existe, entre o Presidente da República, Cavaco Silva, e o primeiro-ministro, José Sócrates, um «compromisso estratégico» para «prosseguirem o seu projecto comum contra as conquistas de Abril».

Jerónimo de Sousa criticou o Governo pela «continuada insuficiência de meios de investigação» na criminalidade económica, considerando que «a chamada operação furacão corre o risco de se transformar numa "brisa suave" para a banca».

Apontando o combate ao desemprego e às alterações às leis laborais, nomeadamente para impôr «a flexisegurança à portuguesa para facilitar os despedimentos», Jerónimo de Sousa anunciou uma campanha nacional que visa «denunciar a ofensiva do Governo contra os trabalhadores».

«Não permitiremos que o Governo atire a pedra e esconda a mão», afirmou, acusando o executivo de recorrer «de modo crescente à ameaça e à intimidação» que são «conducentes a derivas anti-democráticas».
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