Em resposta ao crescente incómodo dos moradores com o que consideram ser "turismo excessivo", Florença vai restringir o uso de fechaduras de check in automático em alojamentos locais e a utilização de altifalantes de guias turísticos.
As fechaduras de check in automático são pequenas caixas com um teclado digital usadas por proprietários para arrendamentos de curta duração que se tornaram uma espécie de símbolo da raiva local de Florença contra os turistas, cujos números aumentaram após a covid-19. Este tipo de fechadura tem sido alvo de vandalismo por parte de moradores, que as marcam com fitas adesivas e X vermelhos como forma de protesto.
Além disso, o aumento do número de visitantes fez subir os preços dos imóveis e muitos moradores foram obrigados a deixar as suas casas.
Na semana em que a cidade se prepara para receber os ministros do turismo do G7, a autarquia aprovou um plano de ação com 10 pontos para enfrentar o problema. De acordo com um comunicado da cidade, as medidas visam tornar a capital toscana uma “cidade viva e única” para visitantes e moradores.
“A cidade não é mais capaz de suportar, sem enfraquecer o seu valor patrimonial e ver a sua habitabilidade geral comprometida, uma presença tão maciça de atividades e meios para uso turístico exclusivo concentrados em apenas cinco quilómetros quadrados”, pode ler-se no comunicado.
Além disso, a cidade pretende colocar limites em “veículos atípicos” - como carrinhos de golfe, que se tornaram cada vez mais populares entre guias turísticos para levarem os visitantes pela cidade em áreas onde o tráfego de carros é restrito. O decreto também proíbe o uso de amplificadores e altifalantes para guias turísticos.
Florença, há muito tempo administrada por um partido de centro-esquerda, anunciou no ano passado a proibição de novos alojamentos locais de curto prazo na esperança de conter o êxodo de moradores locais.