Mariana Mortágua, Sofia Aparício e Miguel Duarte detidos por Israel - flotilha intercetada, Marcelo promete ajudar - TVI

Mariana Mortágua, Sofia Aparício e Miguel Duarte detidos por Israel - flotilha intercetada, Marcelo promete ajudar

Mariana Mortágua e Sofia Aparício foram detidas primeiro, Miguel Duarte só mais tarde. Ativistas atiraram os telefones ao mar para protegerem os seus contactos

As embarcações onde seguiam Mariana Mortágua e Sofia Aparício foram intercetadas por forças israelitas. A líder do Bloco de Esquerda e a atriz foram "detidas", segundo revelou Joana Mortágua no seu canal de Telegram. O ativista Miguel Duarte não foi intercetado nesse momento mas acabou por sê-lo mais tarde.

Mariana Mortágua estava a fazer um direto no Instagram quando o barco onde se encontrava foi intercetado. A última coisa que se ouviu foi “mãos no ar”. 

Nesse direto na rede social Instagram, Mariana Mortágua referiu, pelas 19:45 (hora de Portugal Continental), que a embarcação onde seguia estava a ser intercetada por navios israelitas. Depois, a deputada indicou que os israelitas pediram para falar com o capitão da embarcação, com o direto a terminar pouco depois.

À CNN Portugal, Jorge Costa, do Bloco de Esquerda, garantiu que o partido estava em contacto com Mariana Mortágua até "há minutos, quando se ouviu a voz de um soldado israelita exigindo aos participantes da flotilha que pusessem as mãos no ar". 

A partir daí "foi dada a ordem que estava combinada entre os participantes para que os telemóveis fossem atirados ao mar para garantir a segurança dos contactos e das informações desses aparelhos". "Desde esse momento, não sabemos mais informações sobre a Mariana Mortágua, a Sofia Aparício e o Miguel Duarte." Entretanto Joana Mortágua, irmã de Mariana Mortágua, afirmou que conseguiu entrar em contacto com Miguel Duarte e que o português não estava entre os detidos. Mas acabou por sê-lo horas mais tarde.

Entretanto, Marcelo Rebelo de Sousa assegurou que todos os portugueses que estavam a bordo da flotilha humanitária e que foram detidos pelas forças de Israel terão todo o apoio para regressarem a Portugal. "O Presidente da República confirmou junto do Governo que será assegurado, através da nossa Embaixada em Telavive, todo o apoio consular aos compatriotas detidos, como é de regra, e em particular quando implica titulares de órgãos de soberania, bem como todo o apoio ao regresso a Portugal", afirma uma nota publicada esta quarta-feira à noite no site da Presidência da República.

A Flotilha Global Sumud também indicou no Instagram, pelas 19:43, que várias embarcações integradas na flotilha estavam a ser “ilegalmente intercetadas”.

“As câmaras [das embarcações] estão offline e militares israelitas estão a aceder às embarcações. Estamos ativamente a trabalhar para confirmar a segurança e o estado de todos os ativistas a bordo”, relatou a mesma fonte.

Ainda esta quarta-feira, a Marinha israelita ordenou aos barcos da flotilha humanitária com destino a Gaza que mudassem de rumo, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, enquanto as embarcações navegavam ao largo do Egito e se aproximavam da costa.

"A Marinha israelita entrou em contacto com a flotilha Hamas-Sumud e pediu-lhes que mudassem de rumo", escreveram as autoridades israelitas, que acusam a Flotilha Global Sumud de ser financiada pelo grupo terrorista Hamas - algo sempre negado pelos integrantes na flotilha.

"Israel informou a frota que se aproximava de uma zona de combate ativa e que estava a violar um bloqueio naval legal. Israel reiterou a oferta de transferir toda a ajuda de forma pacífica por canais seguros para Gaza", acrescentou a mensagem divulgada pela diplomacia israelita.

Segundo fonte oficial da flotilha, foi comunicado à missão humanitária que a “tentativa de romper o bloqueio constitui uma violação do direito internacional”. “Se continuarmos, seremos detidos e as embarcações apresadas”, acrescentaram os ativistas, explicando que “as forças israelitas continuaram com mensagens de propaganda”, disseram.

A flotilha informou que barcos e botes israelitas estavam a aproximar-se das suas embarcações que lideram a missão de solidariedade internacional de entrega de alimentos e medicamentos em Gaza.

“Vinte embarcações estão a aproximar-se dos navios, ao passo que cinco botes estão à frente do ‘Sirius’”, outro dos navios que lidera a missão humanitária, informou a flotilha.

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