Angola: economia acelera mas vulnerável ao petróleo - TVI

Angola: economia acelera mas vulnerável ao petróleo

José Eduardo dos Santos

Crescimento deverá ser de 7% este ano

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que Angola conseguiu estabilizar a situação financeira e está em aceleração do crescimento económico, mas que ainda está vulnerável a uma quebra das receitas petrolíferas.

A avaliação é feita numa declaração da direção executiva do FMI, divulgada na segunda-feira em Washington, uma semana depois de uma reunião sobre o cumprimento do programa de ajuda a Angola, iniciado em 2009 na sequência de um abalo das finanças públicas motivado pela quebra das receitas petrolíferas, e concluído em março de 2012, escreve a Lusa.



No documento de «monitorização pós-programa» o FMI afirma que a situação orçamental angolana continuou a melhorar em 2011 e que as reservas de moeda estrangeira foram reconstituídas, com a inflação em trajetória descendente.

Embora as previsões de crescimento sejam favoráveis, «o país continua vulnerável a choques nas receitas petrolíferas, um grande défice de infraestruturas mantém-se e a pobreza continua generalizada», adianta o FMI.

Este ano, o crescimento económico deverá acelerar para cerca de 7%, à medida que a produção petrolífera recupera de constrangimentos sentidos no ano passado.

Os setores de energia, transportes e construção deverão sentir o impulso do maior investimento público, segundo o FMI.

Na avaliação, os diretores do FMI recomendam às autoridades angolanas uma «postura orçamental prudente, ancorada num envelope de gastos realista».

Saúdam ainda o projeto de relatório apresentado para explicar as «inconsistências orçamentais entre 2007 e 2010», esperando uma avaliação total na próxima revisão do programa.

As discrepâncias nas contas angolanas, e em particular receitas petrolíferas estimadas em 41 mil milhões de dólares não registadas no referido período, têm levado organizações não governamentais, como a Human Rights Watch e Open Society, a apelar ao FMI para suscitar uma auditoria independente junto do governo angolano.

Na avaliação divulgada na segunda-feira, os diretores do FMI apelam ainda a um «fortalecimento da gestão das receitas petrolíferas», em particular através da «definição de regras claras para acumulação e uso de recursos do Fundo Petrolífero para Infraestruturas».
Continue a ler esta notícia