Football Leaks: defesa de Rui Pinto diz que pena suspensa «será suficiente» - TVI

Football Leaks: defesa de Rui Pinto diz que pena suspensa «será suficiente»

Rui Pinto

Advogado Francisco Teixeira da Mota destacou a evolução «notável» do arguido

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A defesa de Rui Pinto considerou esta segunda-feira, em tribunal, que a decisão do coletivo de juízes no julgamento do processo Football Leaks deverá passar por uma pena de prisão suspensa para o arguido e entendeu que será «suficiente».

«Não ia pugnar pela absolvição, não faria sentido. Uma pena de prisão suspensa será suficiente», afirmou o advogado Francisco Teixeira da Mota na sessão realizada no Juízo Central Criminal de Lisboa.

«Tem uma vida suspensa. É uma pessoa que, inequivocamente, estava motivada para denunciar crimes», reforçou.

O advogado do criador da plataforma eletrónica assumiu somente de forma cabal a prática de três crimes de acesso ilegítimo e quatro de acesso indevido.

O causídico argumentou ainda sobre o contexto da tentativa de extorsão à Doyen, com o conhecimento de negociações, mas vincou a desistência por escrito, que deveria redundar num facto não provado: «Ele escreveu que não queria nem um cêntimo».

O advogado de Rui Pinto tentou, desde o início da intervenção, destacar a evolução «notável» do arguido, que lhe permitiu «ter hoje uma visão completamente diferente do seu papel na sociedade».

Francisco Teixeira da Mota lembrou o interesse público e o interesse do público nas revelações efetuadas através do Football Leaks e do Luanda Leaks, rejeitando também a ideia de que na origem estivesse somente uma motivação clubística de Rui Pinto.

«De facto, o arguido é adepto do FC Porto. No entanto, ficou aqui inequivocamente provado que toda a atividade do Football Leaks não se guiou por isso e a maioria dos contratos divulgados era do FC Porto», explicou, lamentando ainda que o arguido se tenha «tornado a certa altura o inimigo público número um» na sociedade portuguesa.

Relativamente à Doyen Sports: «O que é inequívoco é que o Football Leaks não acedeu ao sistema informático da Doyen Sports Investment. Aquilo que conseguiu foi fazer um ‘forward’ [reencaminhamento de emails] da Doyen Capital, que tem sede em Londres, enquanto a Doyen Sports Investment tem sede em Malta. É completamente distinto.»

A defesa de Rui Pinto realçou também a importância do Luanda Leaks, que visou, sobretudo, a empresária angolana Isabel dos Santos.

Após mais de três horas de alegações finais do advogado do criador do Football Leaks houve lugar à réplica da Doyen, que rebateu os argumentos das defesas dos dois arguidos.

«A estratégia da defesa é, com uma arrogância moralista, atirar no tribunal expressões difamatórias sobre a atividade de cada um dos assistentes. O arguido várias vezes critica a Doyen por ser uma entidade opaca, por não referir o beneficiário efetivo, mas o próprio Rui Pinto estudou como receber da melhor forma o dinheiro da extorsão em Malta. O moralismo só existe para os outros, não para si», acusou a advogada Sofia Ribeiro Branco.

Note-se que o coletivo de juízes do julgamento do processo Football Leaks agendou para 28 de abril a leitura do acórdão, numa sessão marcada para as 10h00.

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