Líder da Mercedes coloca em causa continuidade de Hamilton: «Nunca vai ultrapassar a dor» - TVI

Líder da Mercedes coloca em causa continuidade de Hamilton: «Nunca vai ultrapassar a dor»

Lewis Hamilton

Toto Wolff diz que vai ser difícil ao piloto britânico «digerir» o final da corrida de Abu Dhabi que acabou por consagrar Max Verstappen

Relacionados

Toto Wolff, o chefe executivo da equipa da Mercedes, revelou, em declarações à Sky Sports, que a equipa e o piloto Lewis Hamilton ficaram muito «desiludidos» com os eventos que marcaram o desfecho do Grande Prémio de Abu Dhabi que acabaram por consagrar Max Vesrtappen como novo campeão do mundo. O líder da marca alemã coloca, inclusive, em causa a continuidade do piloto britânico que, no início da época, tinha renovado por mais duas temporadas.

O dirigente austríaco diz que «gostaria muito que o Lewis continuasse a correr», mas também sugere que Hamilton «nunca recupere da dor e do sofrimento que lhe foi provocado no domingo».

Recordamos que Hamilton liderava a corrida de forma confortável quando o Safety Car entrou na pista, permitindo a recuperação do piloto holandês que, com pneus frescos, acabou por ultrapassar o rival inglês na última volta. A Mercedes chegou a anunciar que ia avançar com um protesto contra o resultado final, mas acabou por recuar nessa intenção.

«Eu e o Lewis ficámos muito desiludidos no momento. Não estamos desiludidos com o desporto, adoramos a modalidade sem restrições e adoramos porque o cronómetro nunca mente. Mas se quebramos o princípio fundamental da justiça e autenticidade do desporto, de repente o cronómetro torna-se irrelevante, porque ficamos sujeitos a decisões aleatórias que te levam a questionar todo o nosso trabalho, todo o suor, lágrimas e sangue, que pode ser traduzido numa boa performance na pista, porque isso pode ser retirado de forma aleatória», destacou Wolff.

Uma desilusão que o líder da Mercedes diz que vai demorar a ser digerida. «Vai demorar muito tempo para que possamos digerir o que aconteceu no domingo. Penso que nunca vamos ultrapassar isso, é impossível», prosseguiu.

Uma desilusão que, além de Wolff, marcou Lewis Hamilton. «A ele também marcou certamente como piloto. Tenho uma grande esperança que nós dois e o resto da equipa possamos ultrapassar estes acontecimentos…mas ele nunca vai ultrapassar a dor e o sofrimento que lhe foram provocados no domingo», atirou.

Quando lhe perguntaram diretamente se Hamilton, que faz 37 anos em janeiro, ia regressar no próximo ano, Wolff não conseguiu ser afirmativo. «Gostaria muito que ele continuasse a correr porque ele é o melhor piloto de todos os tempos. Como piloto o seu coração dirá que tem de continuar porque está no topo da forma. Mas temos de ultrapassar este peso que lhe caiu em cima. Ele é um homem com princípios claros», respondeu.

Nesse sentido, Wolff anunciou ainda que tanto ele como Lewis Hamilton não vão estar, na próxima terça-feira, na cerimónia de entrega de prémios em Paris. A Mercedes vai estar representada pelo chefe da equipa técnica, James Allison, que irá receber o prémio do Mundial de Construtores. «Eu não vou estar lá pela minha lealdade ao Lewis e pela minha própria integridade», comentou ainda.

Continue a ler esta notícia

Relacionados