Estes são ainda os primeiros resultados de uma equipa francesa, divulgados domingo pela revista Nature Medicine.
Trata-se de um tratamento à base de uma vacina que se destina a doentes crónicos infectados pelo vírus da sida (VIH) e não de uma vacina preventiva para impedir a infecção das pessoas que não são seropositivas.
O tratamento assemelha-se à terapia celular individual explorada no domínio do cancro.
A vacina foi preparada pelo professor Jean-Marie Andrieu, 62 anos, especialista em doenças cancerosas no hospital europeu Georges- Pompidou e pelo investigador franco-chinês Louis Wei Lu, 42 anos (Centro universitário Saint Pires, Universidade Paris V).
Trata-se de um tratamento individualizado, fabricado a partir de células e do vírus do sangue de cada um dos voluntários que participaram na experiência, que se desenvolveu no Brasil.
A vacina é constituída por uma variedade de células do sistema de defesa imunitário, designadas células dendríticas e de vírus inactivos quimicamente, por conseguinte mortos.
De Setembro de 2002 a Janeiro de 2003, 18 doentes, infectados pelo VIH e sem tratamento antiviral, foram vacinados.
A quantidade de vírus no sangue (carga viral) dos doentes, dos quais nenhum foi tratado por antivirais, começou a diminuir após as injecções subcutâneas (três a 15 dias de intervalo).
Em oito doentes, a redução do vírus no sangue manteve-se até um ano após a vacinação.
«Quatro meses após a primeira injecção, a concentração de vírus plasmático diminuiu em 80 por cento e a taxa de linfócitos CD4, alvo privilegiado do vírus, dos pacientes aumentou. Um ano depois da vacina, oito doentes conservaram uma concentração de vírus no plasma abaixo dos 90 por cento, e em quatro de entre eles a concentração viral foi inferior a 1.000 partículas/ml, tornando-as assim, em princípio, não contaminantes», revelou Jean-Marie Andrieu.
Surgiu uma esperança de vacina terapêutica para a Sida
- Redação
- Lusa/PGM
- 29 nov 2004, 11:22
A aplicação de uma vacina terapêutica em doentes seropositivos mostrou eficácia em cerca de metade dos pacientes, um ano após a sua administração.
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