Francisco Louçã diz que pacote de habitação do Governo “nasce de um desespero” - TVI

Francisco Louçã diz que pacote de habitação do Governo “nasce de um desespero”

  • CNN Portugal
  • MM
  • 19 fev 2023, 11:15
Francisco Louçã

Em entrevista à TSF e ao Jornal de Notícias, economista e antigo coordenador do Bloco de Esquerda sublinha que “o Governo, mesmo quando anuncia medidas que são tão discutidas como as que surgem agora, ao mesmo tempo toma outras que destroem qualquer política de habitação”

O antigo coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, critica as medidas de apoio à habitação anunciadas pelo Governo na última quinta-feira. Francisco Louçã considera que as medidas “nascem de um desespero”.

“As medidas estão muito pouco explicadas e era preciso mais do que uma operação de propaganda do Governo para perceber realmente o que quer. Estas medidas nascem de um desespero. Em 2019, António Costa prometeu 26 mil casas, para as exigências mínimas de quem não tem nada, não tem nenhuma habitação condigna, repetiu em 2022, e era para 2024, ou seja, para amanhã, não vai cumprir essa promessa”, disse Francisco Louçã, em entrevista à TSF e ao Jornal de Notícias.

O economista diz que “o plano não tem nenhum número, nenhum objetivo” e acrescenta que a “construção pública é indispensável”. “Sem isso não haverá rendas controladas e até agora há um fracasso absoluto desse ponto de vista. Sem haver um controlo de rendas não haverá capacidade de determinar a função dos preços. O problema é que o Governo, mesmo quando anuncia medidas que são tão discutidas como as que surgem agora, ao mesmo tempo toma outras que destroem qualquer política de habitação. Como a ideia dos nómadas digitais. Venham 3, 4, 5 mil nómadas digitais que aluguem uma casa a um preço que será o dobro ou o triplo do que qualquer família pode pagar”, exemplifica.

Na mesma entrevista, Francisco Louçã falou do crescimento do Chega e considera que o partido de André Ventura “é o Euromilhões” para o PS e que os socialistas têm contribuído para fazer crescer o Chega: “Mais do que isso, António Costa, deliberada e sistematicamente, usa o Parlamento para promover André Ventura como o seu contraponto. E, portanto, aí tem um rosto à direita. Montenegro tentará ocupar esse espaço. O rosto à esquerda foi a Catarina Martins”.

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