O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) disse este domingo que os cinco homens que fugiram no sábado da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre, são “gente muito violenta, com enorme capacidade de mobilidade”.
Em conferência de imprensa realizada na sede do Sistema de Segurança Interna (SIS), em Lisboa, Luís Neves disse que a PJ está a levar a cabo uma investigação para saber de que forma ocorreu a fuga e quem está por detrás dela.
“Dos nossos trabalhos que já levam 20 horas detetamos que todos os pormenores [da fuga] foram preparados ao mínimo detalhe”, disse Luís Neves, salientando a cooperação existente entre todas as forças de segurança.
O responsável alertou ainda para a necessidade de haver “cuidado e reserva na comunicação” durante a investigação, apelando à população que, se tiver alguma informação sobre os evadidos, contacte as forças de segurança ou o 112.
Luís Neves salientou também que dos cinco reclusos “apenas um não tem antecedentes por crimes violentos”, sendo os restantes “muito violentos, com enorme capacidade de mobilidade”.
Segundo o diretor da PJ, os evadidos “tudo farão para continuar em liberdade”, reconhecendo que “o fator vida humana está em causa”, alertando para o “grau de complexidade e violência” dos homens.
Desta forma, apela, igualmente, à população para se “abster de qualquer ato com estas pessoas”.
Luís Neves pediu também para que não sejam esperados “resultados imediatos”, frisando, no entanto, que tudo está a ser feito em cooperação com todas as forças de segurança envolvidas para a captura dos evadidos “com espírito de sacrifício, trabalho de equipa, mas também com silêncio”.
Cinco reclusos fugiram no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.
Segundo avançou no sábado a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), uma avaliação preliminar, com recurso a imagens de videovigilância, aponta que a fuga dos cinco homens ocorreu pelas 10:00 "com ajuda externa através do lançamento de uma escada, que permitiu aos reclusos escalarem o muro e acederem ao exterior".
"Conforme o protocolo, foram feitas imediatamente comunicações devidas aos órgãos de polícia criminal com vista à recaptura dos evadidos", acrescentou o organismo em comunicado.
O Sistema de Segurança Interna (SSI) indicou também no sábado ter sido "agilizada a cooperação policial internacional" para a captura dos cinco reclusos que fugiram.
Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
De acordo com a DGRSP, já foi aberto um processo de inquérito interno, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção, coordenado pelo Ministério Público.