«Ruben Amorim está no Manchester United mas começou no Casa Pia» - TVI

«Ruben Amorim está no Manchester United mas começou no Casa Pia»

Projeto do Estádio Pina Manique (FOTO: Casa Pia)

Tiago Lopes, CEO dos «gansos», abriu o jogo sobre os planos e ambições do clube na Liga

O Casa Pia voltou ao principal escalão do futebol português há três temporadas, 83 anos depois da última aparição. Em entrevista à Sky Sports, o diretor executivo, Tiago Lopes, revelou os bastidores do regresso do clube de Pina Manique à elite do futebol português, que passou por algumas dificuldades.

«Tínhamos quatro jogadores, um funcionário e 20 dias para preparar a época. Estávamos a caminho de descer para a terceira divisão», assim recorda Tiago Lopes o início da temporada 2020/2021. Porém, desde a chegada do investidor norte-americano, Robert Platek, os "gansos" têm tido motivos para sonhar.

O Casa Pia não só garantiu a promoção à Liga, em 2022, como soma três épocas consecutivas no principal escalão do futebol português, com resultados sólidos: 10.º lugar no primeiro ano, 9.º no segundo e, atualmente, ocupa o 7.º posto.

«Tem sido uma autêntica história da Cinderela para nós até agora», afirmou Lopes, destacando a evolução do clube, que esta temporada já travou o Benfica (3-1), em Rio Maior. «Agora estamos a entrar na segunda fase de desenvolvimento, com metas ainda mais ambiciosas».

Mercado como a farmácia 

Tiago Lopes confessou ainda que parte do sucesso recente do Casa Pia assenta numa visão inovadora, comparando as incursões no mercado de transferências com idas à farmácia: é tudo uma questão de necessidade.

«Utilizamos dados e queremos recrutar jogadores a custo zero. Há 30 vagas no plantel e elas devem gerar valor. É como entrar numa farmácia. O que é que se está a tentar resolver? Quais são os sintomas? Quais serão os efeitos secundários da medicação?», explicou, abordando os casos de sucesso de Saviour Godwin, «que estava na II Divisão da Bélgica e tornou-se num dos melhores jogadores de Portugal», e de Jota Silva, que «jogava anteriormente numa equipa da III Divisão e foi contratado como jogador livre». «Ao fim de 18 meses, transferiu-se para o Vitória de Guimarães, tendo o Casa Pia ficado com uma parte do valor pago posteriormente pelo Nottingham Forest», acrescentou.

Esta filosofia é aplicada também aos treinadores, com o clube a apostar em jovens como Ruben Amorim (2018/19), atual treinador do Manchester United, ou João Pereira, o técnico mais jovem da atual edição da Liga, com 33 anos.

«Penso que a nossa cultura tem sido a nossa vantagem competitiva. Os jogadores sabem que, se fizerem um esforço suplementar connosco, serão recompensados e terão mais sucesso. E o mesmo acontece com os nossos treinadores. Temos um antigo treinador do Casa Pia no Manchester United [Ruben Amorim]», referiu, deixando elogios ao atual timoneiro da equipa principal.

«João (Pereira) é um dos melhores treinadores da atualidade. Ele é o mais novo da Liga. Não temos medo de apostar em talento se houver paixão e vontade de colaborar», sublinhou.

Nova casa terá 6.000 lugares

Apesar dos avanços desportivos, o Casa Pia enfrenta um obstáculo crucial: a falta de um estádio próprio. Após a subida de divisão, em 2022, o clube foi impedido de jogar no Estádio Pina Manique, por ser considerado inadequado para a Liga, atuando atualmente no Estádio Municipal de Rio Maior, decisão da qual o diretor executivo não se arrepende.

«Sinceramente, que ótima decisão tomámos. Fizemos a nossa fortaleza noutro lugar e com que ele parecesse nosso. Desde agosto, estivemos invictos lá até jogarmos contra o Sporting, em fevereiro», lembrou Tiago Lopes, confessando que o objetivo passa por construir um novo estádio: «O sonho é um crescimento sustentável e, para isso, precisamos urgentemente de uma "casa" [estádio]».

Ela ficará «no coração de Lisboa, com 6.000 lugares, então estará cheia. Com a hospitalidade corporativa, gerará recursos suficientes para lutarmos dentro da Liga», adiantou o diretor executivo.

«Todos percebem que há necessidade de clubes como o Casa Pia para refrescar a Liga. Podemos tornar-nos num marco desportivo e financeiro em Portugal. O futuro é brilhante», concluiu Tiago Lopes.

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