Os ministros das Finanças do G7 reiteraram este sábado o "firme compromisso" de apoiar economicamente a Ucrânia e continuar a aplicar sanções à Rússia, segundo a declaração final da reunião de três dias em Niigata, no Japão.
O G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, "vai continuar a dar resposta às necessidades de financiamento de curto prazo da Ucrânia", bem como apoiar "os esforços conjuntos para reparar as suas infraestruturas críticas" e ajudar os países vizinhos afetados pelo fluxo de refugiados, referiu a declaração conjunta adotada no final da reunião dos ministros das Finanças, em Niigata, na costa oeste nipónica.
O texto também sublinha a "vontade inabalável" do G7 de impor sanções e outras medidas à Rússia "para minar a sua capacidade de conduzir a guerra" e "contrariar qualquer tentativa de contornar" estas ações restritivas.
Os representantes das Finanças do G7 concordaram também em criar um novo paradigma para diversificar as cadeias de abastecimento globais e abordar lacunas regulamentares do setor bancário, segundo a declaração final de uma reunião de três dias no Japão.
"Vamos abordar as lacunas em matéria de dados, supervisão e regulamentação no sistema bancário", afirmaram os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais na declaração final do encontro em Niigata, na costa oeste do Japão.
Apesar de considerar o sistema financeiro atual suficientemente resistente, na sequência das reformas introduzidas após a crise mundial de 2008, o G7 pediu um contínuo acompanhamento da evolução do setor e garantiu que os membros do grupo estão "prontos para tomar as medidas adequadas para manter a estabilidade financeira".
A configuração do sistema financeiro atual foi um dos principais temas dos três dias de conversações dos titulares das pastas das Finanças, na sequência da recente série de colapsos de instituições financeiras, incluindo o Silicon Valley Bank (SVB) e o Credit Suisse.
As autoridades financeiras do G7, juntamente com representantes da Comissão Europeia, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, também destacaram, entre as prioridades, a transformação das cadeias de abastecimento.
"Reconhecemos a necessidade urgente de resolver as vulnerabilidades existentes nas cadeias de abastecimento altamente concentradas" em certos países para produtos chave, afirmaram.
Os parceiros defenderam que "a diversificação das cadeias de abastecimento pode contribuir para salvaguardar a segurança energética e ajudar a manter a estabilidade macroeconómica". Nesse sentido, anunciaram que já estão a trabalhar numa iniciativa de diversificação com países fora do grupo, que deverá ser lançada até ao final do ano.
Embora o documento não mencione expressamente a China, o G7 procura com esta diversificação acabar com o domínio e dependência de Pequim como fornecedor de certos produtos chave do ponto de vista energético e tecnológico, que se tornou evidente com as interrupções na cadeia na sequência da pandemia de covid-19.