Aconteceu na noite de terça-feira em Tblisi, na Geórgia: uma mulher que agitava uma bandeira da União Europeia enfrentou sozinha a polícia de choque e o jato do canhão de água. Sempre que a força da água a atingia, a mulher dava um passo atrás mas não desistia. Aos poucos, homens foram-se juntando à sua volta, protegendo-a e criando uma barreira. A polícia continuava a mandar água mas a bandeira não caiu.
"Isto vai ser icónico", declarou um utilizador do Twitter ao publicar o vídeo. Não se enganou. As imagens rapidamente tornaram-se virais nas redes sociais: a resistência daquela mulher passou a simbolizar a resistência do povo da Geórgia perante a vontade do Governo de impor uma legislação que não só limitaria a liberdade de expressão como colocaria em risco as pretensões de o país aderir à União Europeia.
This is going to be iconic. #Tbilisi #Georgia pic.twitter.com/6zv7Md5mE2
— (((Tendar))) (@Tendar) March 7, 2023
Stefano Sannino, secretário-geral do Serviço de Ação Externa da UE, elogiou a paixão daquela mulher que agitava a bandeira da UE e reconheceu o potencial das mulheres para serem os verdadeiros agentes de mudança.
Inspiring to see a women waiving the EU flag so passionately. Women can be the real agents of change. #IWD2023 pic.twitter.com/UMKtAcDHuR
— Stefano Sannino (@SanninoEU) March 8, 2023
Perante a imagem, o eurodeputado holandês Thijs Reuten afirmou: "O povo não poderia ser mais claro".
"Notável coragem, determinação e solidariedade", escreveu Lotte Leicht , jurista do Human Rights Watch.
Remarkable courage, determination and solidarity; -all in one video clip from #Tbilisi where people bravely stand up against a Russian-style 'foreign agents' law' that #Georgia's governments wants to push through.
— Lotte Leicht (@LotteLeicht1) March 8, 2023
Iconic 👊 https://t.co/fLwdWL6uAY
Mais de 130 pessoas foram detidas em Tbilisi nos protestos e confrontos nos últimos dois dias, nos quais pelo menos 60 policiais ficaram feridos. Os partidos da oposição georgiana anunciaram esta quinta-feira que vão continuar a manifestar-se contra o Governo, apesar da retirada do projeto-lei - considerado repressivo. A mobilização “não vai parar até que haja uma garantia de que a Geórgia está firmemente num caminho pró-ocidente”, disseram vários partidos da oposição num comunicado conjunto, pedindo novos comícios na noite desta quinta-feira e a libertação das dezenas de manifestantes detidos.