Sporting-Alverca, 2-1 (crónica) - TVI

Sporting-Alverca, 2-1 (crónica)

Descansa, amigo, a bola entrou Tiveram de entrar as «trutas» para o Sporting começar a jogar bem e dar a volta ao resultado. Mas mesmo assim Yannick ainda fez acreditar que a bola não ia entrar.

A meio da segunda parte recebi uma mensagem de um amigo, sportinguista, a ver o jogo pela televisão, que dizia que a bola não ia entrar, dominado pela frustração - sentimento que começava também a tomar conta dos dez mil adeptos dos leões presentes em Alvalade, apesar das inúmeras oportunidades de golo que o Sporting criava. Ou por causa delas, e da fantástica exibição de Yannick, que repetiu o atevimento do primeiro jogo e passou a partida de desempate a evitar aquilo que parecia inevitável: o golo. 

Mas a bola lá entrou. Ao fim de 76 minutos João Pinto quebrou a resistência. Dez minutos depois Jardel transformou um penalty, o que tornou o golo de Zeferino, logo aos 12 minutos, insuficiente para o Alverca se apurar para os quartos-de-final da Taça. 

O Sporting sofreu, ainda assim, a bom sofrer, como já sofrera contra Benfica, Vitória de Setúbal e Beira Mar, para o campeonato. Sofreu por não ver a bola entrar na baliza, mas desta vez jogando bem na segunda parte - e que grande segunda parte fez a equipa de Bölöni. 

A ameaça e a concretização 

Só que o caso esteve mal parado para as bandas de Alvalade. O Alverca ameaçou aos cinco minutos, num remate de Peixe que Nélson defendeu, e concretizou a ameaça aos 12, num contra-ataque perfeito conduzido por Vargas, com a bola a passar por Caju e a ser finalizado por Zeferino, com um remate espectacular, de primeira. 

O Alverca via-se a ganhar, o Sporting jogava muito mal, perdia bolas e o público começava a exasperar-se. 

Bölöni, de olhos voltados para o jogo com o F.C.Porto no fim-de-semana, deixou sete titulares no banco - Tiago, Beto, André Cruz, Rui Jorge, Paulo Bento, Quaresma e João Pinto - e apostou em jogadores menos rodados. O tiro saíu pela culatra. Os jogadores chamados ao onze foram aposta falhada - especialmente César Prates, Diogo e Gisvi, que teve uma noite para esquecer na sua segunda presença na equipa principal - e o Sporting viveu 45 minutos complicados, apesar do domínio territorial. 

O assalto à baliza de Yannick começou logo após o golo, mas apenas Hugo Viana - que ainda acertou nos postes duas vezes antes do intervalo - jogava acima da média. O Alverca, com um trio muito rápido na frente, continuava a ameçar e mostrava poder surpreender na despedida de Carlos Pereira do comando técnico da equipa, já que a partir de amanhã (quarta-feira) Vítor Manuel toma conta dos touros.  

Entram as trutas 

Com a vantagem do Alverca, Bölöni foi obrigado a apostar na segunda parte nas suas trutas - João Pinto e Quaresma. O Sporting mudou, começou a jogar melhor e a massacrar. Começou também a esbarrar em Yannick, que negou o golo uma e outra e outra vez, tantas que é impossível descrever. 

Com a sua equipa a recuar cada vez mais - apenas tinha rematado uma vez à baliza contrária na segunda parte, por Vargas, contra a malha lateral -, Carlos Pereira decidiu-se a mudar a equipa. Caju ia ser substituído por Rui Borges, mas demorou muito tempo a sair e viu o segundo cartão amarelo, numa atitude idiota que custou caro à sua equipa. 

A jogar com mais um jogador, o massacre do Sporting acentuou-se e o golo lá apareceu, por João Pinto. E depois o do Mário dos golos, e a vitória, e a presença nos quartos-de-final da Taça, em que os leões viajam a Vila Real. 

Falhou a Bölöni a estratégia de poupança para as Antas, porque quem jogou foi obrigado a intenso desgaste do físico e dos nervos, os poupados de características ofensivas tiveram de entrar e o Sporting ainda perdeu Babb e Tello para esse jogo com o F.C.Porto, já que os dois jogadores foram expulsos por acumulação de amarelos perto do final do encontro. 

Em todo o caso, a bola entrou duas vezes. O que me lembra que tenho uma mensagem para mandar.

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