Data de nascimento: 13/11/75 (Vila Nova de Famalicão)
Altura: 1,84. Peso: 76 kg
Clubes como profissional: Sp. Braga (93/00)
Internacionalizações A: 3 (0 golos)
Estreia na Selecção A: 18/08/99 (Portugal, 4-Andorra, 0)
Se Vítor Baía é o incontestável número 1 e Pedro Espinha consolidou o estatuto de primeira escolha em caso de impedimento do «capitão» ninguém pode tirar a Joaquim Manuel Sampaio Silva o mérito de ter vencido um importante braço-de-ferro.
Ao surgir como opção lógica para completar o lote de guarda-redes presentes no Euro-2000 o jovem guarda-redes do Sp. Braga tornou-se o chefe de fila da nova geração das balizas em Portugal, impondo-se a concorrentes de respeito como Hilário, Jorge Silva, Nuno Espírito Santo, Tiago, Costinha ou Marco Tábuas, entre outros.
De origem minhota, Quim afirmou-se nas escolas de formação do Sporting de Braga. Ágil, com boa pinta física (ao longe, por não ser particularmente esguio, nem todos se apercebem de que supera à vontade a barreira psicológica do 1,80 m), só no ano passado deu seguimento lógico a um percurso constante de afirmação nas Selecções jovens.
O seu cartão de visita junto do grande público - o das televisões, bem entendido - foi apresentado pela primeira vez num lugar improvável: o Qatar. Foi aí que, em 1995, integrando uma selecção de sub-20 repleta de talentos e promessas (Beto, Dani, Bruno Caires, Nuno Gomes, Agostinho...), contribuiu de forma bem visível para o terceiro lugar então alcançado pela Selecção portuguesa. Os mais atentos já o conheceriam, porventura do Verão anterior: foi com ele na baliza que Portugal conquistou o título europeu de sub-18, numa final ganha no desempate por grandes penalidades diante da Alemanha.
Só falta experiência internacional
Este currículo significativo para alguém que ainda não havia completado 25 anos não impediu que o jovem guarda-redes sentisse as tradicionais dificuldades de afirmação. Apesar de o Sporting de Braga rapidamente ter assegurado a sua continuidade na equipa, seria preciso esperar até 1997 para o ver actuar com regularidade na primeira equipa.
Esse período de aprendizagem custar-lhe-ia um lugar na Selecção que participou no torneio olímpico de 1996 (foi preterido pelos mais rodados Costinha e Nuno) mas seria compensado por uma presença no Jamor, na final da Taça 1997/98 - perdida para o F.C. Porto (3-1).
Após duas épocas de grande regularidade na baliza dos arsenalistas, seria novamente o Jamor o palco de uma nova etapa na sua carreira. Em Agosto de 1999, Humberto Coelho aproveitou a oportunidade para testar novos valores e lançou-o na segunda parte de um particular incaracterístico com Andorra. A partir daí, mesmo não sendo muitas vezes convocado, Quim nunca mais deixou de fazer parte do clube-Portugal e prova disso mesmo foi a titularidade atribuída num outro particular - este bem mais exigente - com a Itália.
Considerado pelo seu técnico, Manuel Cajuda, como o melhor guarda-redes português a seguir a Vítor Baía, o jovem Quim entra neste Europeu sem grandes metas, embora apto a discutir com Pedro Espinha a posição de alternativa. Com 24 anos, o futuro anuncia-se promissor. E talvez o salto para um clube mais ambicioso do que o Sporting de Braga possa dar-lhe aquilo que, por enquanto, ainda é uma lacuna evidente na sua trajectória: experiência internacional.
Nuno Madureira