O presidente francês propõe que a coligação internacional que luta contra o Daesh no Iraque e na Síria também o faça contra o Hamas em Israel. “França está pronta para que a coligação contra o Daesh da qual fazemos parte e que está a operar no Iraque e na Síria também combata o Hamas”, disse Emmanuel Macron numa conferência de imprensa em Telavive com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
O chefe de Estado francês prestou solidariedade ao povo israelita. “São condolências que vêm de um país que também já chorou a perda de vidas alegres.” Macron deixou também um recado a Netanyahu: “A estabilidade no Médio Oriente só será possível se Israel também permitir uma aproximação política aos palestinianos”.
O presidente francês apelou à libertação de todos reféns por parte do Hamas e reforçou que o “terrorismo é um inimigo comum de França e de Israel”. E pediu ao Hezbollah e ao Irão para não correrem o risco de alimentar uma escalada regional. “A luta contra o terrorismo deve ser travada sem misericórdia mas não sem regras”, resumiu.
Por sua vez, o primeiro-ministro israelita afirmou que o ataque do Hamas de 7 de outubro foi "o maior ataque terrorista que o mundo viu desde o 11 de Setembro". Mais: salientou que, à proporção, o ataque a Israel "foi um 11 de Setembro vezes 20".
Descrevendo o conflito como um "caso da civilização contra a barbárie", Netanyahu reafirmou a necessidade de "destruir o Hamas em Gaza" mas não só. "A barbárie do Hamas não ameaça apenas os judeus, ameaça o Médio Oriente, ameaça a Europa, ameaça o mundo. Isto não é um enclave do ISIS a milhares de quilómetros da Europa - é o ISIS nos subúrbios de Paris", disse o primeiro-ministro israelita, citado pela Sky News.
Netanyahu evocou Anne Frank, jovem judia morta no Holocausto, para referir que, tal como ela, "crianças judias refugiaram-se em sótãos" no dia 7 de outubro, sendo depois "encontradas" pelos terroristas e "esquartejadas".
Os reféns: não interessa a nacionalidade, interessa é serem salvos
Macron também se encontrou com o presidente de Israel, Isaac Herzog, e aproveitou também para manifestar toda a disponibilidade para ajudar Israel. "Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para restaurar a paz, a segurança e a estabilidade no vosso país e em toda a região. O que aconteceu nunca será esquecido, com certeza. E nós estaremos aqui hoje, amanhã e depois de amanhã para a paz e a estabilidade. Porque estas pessoas foram mortas apenas porque eram judias e queriam viver em paz."
O chefe de Estado francês afirmou que o ataque do Hamas a 7 de outubro foi "um choque" para todo o mundo e disse partilhar da visão de Isaac Herzog: a primeira prioridade deve ser libertar os reféns do Hamas que estão neste momento na Faixa de Gaza.
Por sua vez, Isaac Herzog manifestou a sua preocupação com o aumento do antissemitismo a nível mundial, e pediu à comunidade internacional para tomar "medidas firmes" contra o fenómeno. Sobre a tensão na fronteira com o Líbano, Herzog disse que o Hezbollah está a "brincar com o fogo" e acusou o Irão de alimentar as tensões.
"Quero deixar claro que não estamos à procura de um confronto na nossa fronteira norte ou em qualquer outro lado. Estamos concentrados em destruir as infraestruturas do Hamas e em trazer os nossos cidadãos de volta a casa. Mas se o Hezbollah nos arrastar para a guerra, é claro que o Líbano pagará o preço", disse Herzog, citado pelo Guardian.
A Emmanuel Macron, o líder israelita afirmou que o ataque de 7 de outubro "é uma das maiores atrocidades dos tempos modernos". Isaac Herzog disse ainda que não faz uma distinção entre os reféns israelitas e estrangeiros. "São todos um. Queremo-los de volta imediatamente."