João Galamba apresentou esta terça-feira a demissão ao primeiro-ministro. A informação foi avançada pelo próprio, em comunicado enviado às redações, no qual insiste que não cometeu qualquer ilegalidade na polémica que envolve o Ministério das Infraestruturas e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP.
Ainda no sábado, em conferência de imprensa, Galamba disse entender que tinha “todas as condições” para continuar no Governo, garantindo que “nunca quis ocultar a existência de quaisquer notas à CPI”.
Agora, Galamba justifica a decisão "em prol da necessária tranquilidade institucional" e reitera que o seu Ministério "nunca procurou ocultar qualquer facto ou documento".
O agora ministro demissionário sublinha que tomou esta decisão "apesar de em momento algum ter agido em desconformidade com a lei ou contra o interesse público".
O comunicado na íntegra:
"No atual quadro de perceção criado na opinião pública, apresento o meu pedido de demissão em prol da necessária tranquilidade institucional, valores pelos quais sempre pautei o meu comportamento e ação pública enquanto membro do Governo.
Numa altura em que o ruído se sobrepõe aos factos, à verdade e à essência da governação, é fulcral reafirmar que esta Área Governativa, que me orgulho de ter liderado, nunca procurou ocultar qualquer facto ou documento.
Demito-me apesar de em momento algum ter agido em desconformidade com a lei ou contra o interesse público que sempre promovi e defendi na minha atuação enquanto governante, tal como foi, detalhada e publicamente, reconhecido pelo Senhor Primeiro-Ministro.
Reitero todos os factos que apresentei em conferência de imprensa sobre os acontecimentos ocorridos e reafirmo que sempre entreguei à Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP toda a documentação de que dispunha.
Considero que a preservação da dignidade e a imagem das instituições é um bem essencial que importa salvaguardar, tal como a minha dignidade, a da minha família e a das pessoas que comigo trabalharam no Gabinete e que foram nestes últimos dias gravemente afetadas.
Agradeço ao Senhor Primeiro-Ministro a honra de me ter permitido participar no seu Governo e agradeço ao Senhor Secretário de Estado das Infraestruturas e ao meu Gabinete todo o trabalho e dedicação que colocaram ao serviço do interesse público.
Por fim, apresento as minhas desculpas à minha Chefe do Gabinete e às minhas assessoras de imprensa que mesmo sob agressão tudo fizeram para proteger os interesses do Estado e que viram, nestes últimos dias e de modo insustentável num Estado de Direito, a sua dignidade afetada."