A perseguição e morte a tiro de um homem de 62 anos às mãos da GNR, em dezembro de 2021, no Pinhal Novo, Palmela, já levou à constituição como arguidos e acusação pública, por homicídio negligente, de quatro militares, apurou a CNN Portugal, entre os quais um oficial. Trata-se do próprio comandante do comando territorial da GNR de Setúbal, coronel Marco Paulo Gonçalves, que liderou a operação tática.
Mantém-se em funções a aguardar julgamento, apesar da acusação pública de homicídio.
O procurador do Ministério Público considera que os militares teriam tido meios não letais de imobilizar a vítima. Em causa, recorde-se, um suspeito de posse ilegal de armas que reagiu a tiro com uma caçadeira quando a GNR se preparava para lhe fazer uma busca.
Fugiu, foi localizado e, já com os jornalistas na zona onde foi montada uma operação de captura, ouviram-se seis a sete tiros que lhe tiraram a vida. Na altura, a GNR garantiu ter agido em legítima defesa mas o Ministério Público tem agora outro entendimento.
Depois do despacho de acusação, que foi proferido recentemente, os arguidos estão em prazo para a abertura de instrução do processo.
Quanto à GNR, que confirma a constituição dos quatro arguidos e a existência de um processo disciplinar na IGAI, recusa fazer comentários.