O líder conservador Kyriakos Mitsotakis obteve a maioria absoluta nas eleições realizadas neste domingo na Grécia e prometeu que seu governo fará as "grandes reformas" necessárias para tornar a Grécia um país "mais próspero e justo".
Após a contagem de de 90% dos votos, o conservador Nova Democracia de Mitsotakis obteve 40,5% dos votos, pelo que, para já, tem 158 dos 300 lugares do Parlamento grego.
Se estes resultados se mantiverem, Mitsotakis será reeleito primeiro-ministro da Grécia e poderá governar sozinho novamente, como tem feito nos últimos quatro anos.
O resultado representa um novo revés para a oposição de esquerda do Syriza e especialmente para seu líder, o ex-chefe de governo Alexis Tsipras. O Syriza deverá ter entre 16,1% e 19,1% dos votos, um registo mais baixo do que nas eleições de 21 de maio.
Segundo as primeiras sondagens, entre cinco e nove partidos terão ultrapassado o limite de 3% dos votos para entrar no parlamento grego, que tem 300 assentos.
Vencedor por larga margem nas eleições de 21 maio, mas sem maioria no Parlamentode 300 lugares, o líder conservador apenas precisa agora de 39% para obter a maioria absoluta, graças ao bónus de até 50 lugares para o partido vencedor.
Esta regra tinha sido eliminada nas últimas eleições, o que acabou por fazer fracassar todas as tentativas de formar Governo.
A Grécia realizou hoje as segundas eleições gerais no espaço de um mês, marcadas pela questão das migrações após o recente naufrágio no mar Jónico, mas também pelo desemprego e pelo défice comercial.
O naufrágio foi um dos mais trágicos desastres migratórios no Mediterrâneo, com apenas uma centena de sobreviventes encontrados depois de se virar um barco em que seguiriam cerca de 750 pessoas, e gerou um clima de alta tensão entre os dois principais candidatos a uma vitória nas eleições legislativas do próximo domingo.
A campanha eleitoral foi dominada também pelo desemprego, que já atingiu 12%, e um défice comercial que continua a preocupar os gregos, que ainda se lembram bem dos efeitos da intervenção financeira externa após a crise de 2008.
Mitsotakis apresentou-se perante os eleitores com a promessa de finalizar as reformas aplicadas pelo seu Governo para que a economia grega continue a crescer, dizendo ser fundamental que o país se aproxime da Europa em termos de salários e padrões de vida.
Tsipras defende uma economia "que funcione para todos" e - depois da derrota do seu partido em maio, quando perdeu um terço do seu eleitorado face a 2019 - pede agora o voto para que o Syriza se mantenha um "partido de oposição forte".
Não faltaram motivos para crítica a Tsipras, durante a campanha eleitoral, apontando a incapacidade do Governo para lidar com o défice comercial acumulado e com o aumento do desemprego, sobretudo junto dos mais jovens.