Os sobreviventes do naufrágio de um barco de pesca ao largo da costa grega afirmam que havia até 100 crianças no porão do navio.
A informação foi veiculada pelos médicos do Hospital de Kalamata, citados pelo jornal The Guardian. Até agora, estão confirmadas 78 vítimas mortais, mas as autoridades estimam que o número exato seja muito superior.
"Neste momento tudo não passa de suposições, mas estamos a trabalhar com a hipótese de que estejam desaparecidas cerca de 500 pessoas. Mulheres e crianças, ao que parece, estavam no porão", disse Nikolaos Spanoudakis, inspetor da polícia, citado pelo jornal britânico. De acordo com o vice-presidente da autarquia de Kalamata, Giorgos Farvas, os 104 sobreviventes são todos homens, com idades compreendidas entre os 16 e os 40, e de países como o Afeganistão, Paquistão, Egito e Síria.
"O barco de pesca tinha 25 a 30 metros de comprimento. O convés estava cheio de pessoas e presumimos que o interior estivesse igualmente cheio", disse Nikos Alexiou, porta-voz da Guarda Costeira da Grécia. Alexiou afirmou, também, que o navio recusou assistência grega pois queria rumar a Itália. "Ficámos ao lado dele para o caso de precisar da nossa ajuda, algo que recusaram”, explicou.
Ao canal público grego ERT, um almirante grego na reforma, Nikos Spanou, garantiu que as hipóteses de encontrar sobreviventes são “mínimas”. "Já vimos barcos de pesca velhos como este, vindos da Líbia. Não estão em condições de navegar. São caixões flutuantes". No entanto, as operações de busca e salvamento vão continuar, pelo menos, até esta sexta-feira de manhã.
O governo interino da Grécia decretou três dias de luto nacional. Esta é já a maior tragédia do ano na Grécia no que diz respeito a incidentes com refugiados.