O guarda-redes do Farense, Ricardo Velho, voltou a fazer uma grande exibição na baliza, apesar de insuficiente para somar pontos na visita ao Estádio do Dragão, onde os algarvios perderam com o FC Porto por 2-1, no domingo. Houve várias bolas nos postes, mas também foi muito graças ao guardião português que os dragões não alcançaram uma possível goleada.
Eleito o melhor guarda-redes da Liga na época passada, Ricardo Velho voltou a merecer elogios do seu treinador, José Mota, após a derrota no jogo da 5.ª jornada, afirmando este que Velho «merecia ter sido chamado à Seleção», nem que fosse para dar um «incentivo».
O guardião de 26 anos, que cumpre a quinta época no Farense, acrescentou a exibição no Dragão, por certo, às melhores da sua carreira – como por exemplo a que fez na Luz, na época passada – e mereceu até elogios dos adversários, desde o treinador Vítor Bruno ao médio Nico González.
Mas, se o nome de Ricardo Velho já tem sido associado a uma possível chamada à Seleção, o que é que o guardião do Farense tem mesmo feito face aos nomes que têm defendido a equipa nacional?
Com a ajuda do SofaScore, parceiro do Maisfutebol, fomos perceber os números de Ricardo Velho, em comparação com Diogo Costa (FC Porto), José Sá (Wolverhampton), Rui Silva (Betis) e Rui Patrício (Atalanta), nos jogos feitos desde o início da época passada, 2023/24, apenas em jogos nos respetivos campeonatos nacionais, no caso Portugal, Inglaterra, Espanha e Itália. De notar que, no caso de Rui Patrício, os jogos em análise são os feitos pela Roma na época passada, dado que ainda não jogou oficialmente pela Atalanta em 2024/25.
Ricardo Velho em destaque em vários capítulos
É certo que a análise se cinge a jogos das ligas nacionais e é preciso ir mais além para perceber a valia dos jogadores e dos contextos competitivos em que jogam. Não pode haver dúvidas nisso. E certo é também e que, por exemplo, equipas como o Farense têm a sua baliza globalmente mais visada do que o FC Porto. Porém, os dados compilados pelo SofaScore para o nosso jornal evidenciam que Ricardo Velho tem, na globalidade, melhores números no campeonato do que os restantes quatro guarda-redes internacionais por Portugal e que têm dominado as escolhas das convocatórias.
Velho apresenta a maior média de defesas por jogo e a maior percentagem de defesas, apesar de ser o quarto pior guarda-redes entre os cinco no número de golos sofridos por jogo (1,57), capítulo em que se destaca claramente Diogo Costa (0,74). No entanto, Velho destaca-se também no capítulo dos golos evitados, bem como nas defesas dentro e fora da área por jogo.
Nos jogos sem sofrer golos, sobressai Diogo Costa (16 em 38) e, de seguida, Rui Silva (11 em 32), aparecendo depois Ricardo Velho, com sete “folhas limpas” em 37 partidas.
É verdade que os contextos competitivos divergem de liga para liga, que Costa, Patrício, Sá e Silva têm também jogos nas competições europeias, mas Ricardo Velho vai mostrando que, em Portugal, tem sido protagonista entre as balizas, tornando legítimas as aspirações de ir mais além na carreira, um dia que termine a ligação ao Farense.