Irão ataca a maior base dos EUA no Médio Oriente, Trump agradece ter sido avisado - TVI

Irão ataca a maior base dos EUA no Médio Oriente, Trump agradece ter sido avisado

Foram registadas várias explosões em Al Udeid, onde estão cerca de 10 mil soldados norte-americanos. 13 dos 14 mísseis lançados foram intercetados

A maior base dos Estados Unidos no Médio Oriente foi atacada pelo Irão ao cair da noite desta segunda-feira, naquilo que a agência Tasnim nomeia como a "Anunciação da Vitória", que é o início da retaliação do Irão aos ataques norte-americanos da madrugada de sábado. Ainda foi avançado que a base dos EUA em Ain al-Asad, no Iraque, também tinha sido atacada, mas essa informação foi depois negada.

Entretanto, Donald Trump revelou que não há vítimas e que 13 dos 14 mísseis disparados pelo Irão foram intercetados. "O Irão respondeu oficialmente à nossa destruição das suas instalações nucleares com uma resposta muito fraca, o que era de esperar, e que contrariámos de forma muito eficaz. Foram disparados 14 mísseis — 13 foram abatidos e 1 foi 'libertado', porque se dirigia numa direção não ameaçadora", escreveu na sua rede social Truth Social.

"Tenho o prazer de informar que NENHUM americano foi ferido e que quase não houve danos. Mais importante ainda, eles descarregaram tudo o que tinham no 'sistema' e, esperamos, não haverá mais ÓDIO", acrescenta o presidente dos EUA. "Quero agradecer ao Irão por nos ter avisado com antecedência, o que tornou possível que nenhuma vida fosse perdida e ninguém ficasse ferido. Talvez o Irão possa agora avançar para a paz e a harmonia na região, e eu encorajarei entusiasticamente Israel a fazer o mesmo. Obrigado pela vossa atenção a este assunto!"

De acordo com a agência Reuters, que cita fontes na capital catari, Doha, várias explosões foram ouvidas no território. Também a CNN falou com um residente, que garantiu que as autoridades não deram qualquer aviso para o ataque.

"Os nossos filhos foram apanhados totalmente de surpresa e não sabiam o que fazer quando os levámos para um abrigo. Não houve qualquer aviso das autoridades do Catar para que se abrigassem. Parece haver muitos disparos e interceções", afirmou.

A Axios aponta que foram disparados seis mísseis do Irão contra a base de Al Udeid, onde estão 10 mil soldados norte-americanos. Já depois disso, o Corpo das Guardas Revolucionárias do Irão confirmava que foi disparado o equivalente em mísseis às bombas utilizadas contra as suas infraestruturas nucleares. Se foram lançadas seis bombas, depreende-se que a informação inicialmente avançada pela Axios esteja correta: seis mísseis.

"Avisamos os nossos inimigos que a era do atropelamento e fuga acabou", acrescentou o porta-voz daquele braço armado num discurso transmitido na televisão.

Minutos antes era avançado que existia uma ameaça credível. Pouco depois chegava o ataque do Irão, que assim responde à operação Midnight Hammer. Tudo isto depois de um responsável iraniano ter dito à CNN que o Irão se prepara para uma guerra de dois anos com os Estados Unidos.

O ataque foi realizado com "mísseis balísticos de curto e médio alcance provenientes do Irão”, afirmou esta segunda-feira um responsável da defesa norte-americana. Neste momento, não há relatos de vítimas americanas", acrescentou a mesma fonte. "Estamos a acompanhar de perto esta situação e forneceremos mais informações assim que estiverem disponíveis".

Trump sabia do ataque

A administração Trump estava a prever que Teerão iria retaliar após os ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas no fim de semana, e o presidente não quer mais envolvimento militar na região, revelou à CNN um alto responsável da Casa Branca.

"Sabíamos que eles iriam retaliar. Eles tiveram uma resposta semelhante depois de [Qassem] Soleimani", acrescentou a mesma fonte, referindo-se ao comandante iraniano morto num ataque aéreo dos EUA em 2020.

O responsável disse que as avaliações iniciais foram de que os mísseis disparados pelos iranianos na segunda-feira não atingiram os alvos pretendidos. 

O presidente, Donald Trump, não quer mais envolvimento militar na região mas, se as circunstâncias assim o ditarem, está disposto a aumentar o envolvimento militar dos EUA - mas só se for necessário, reiterou a fonte. Para esta segunda-feira era esperada uma reunião com o Conselho de Segurança Nacional, mas essa agenda pode mudar.

Toda a região está em alerta máximo, com o espaço aéreo em grande parte fechado. Países como Iraque, Síria ou Bahrain ativaram os seus níveis máximos de defesa.

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