O presidente russo Vladimir Putin afirmou esta segunda-feira que o motim contra judeus no aeroporto de Makhachkala, no Daguestão, foi impulsionado "através das redes sociais pela Ucrânia" com a ajuda dos serviços secretos do Ocidente.
"Não tenho a certeza de que todos os altos responsáveis de Kiev saibam o que os seus subordinados estão a fazer, a alimentar os pogroms na Rússia", disse Putin na residência em Novo-Ogaryovo, durante uma reunião com os responsáveis máximos das agências de segurança da Rússia.
Vários milhares de pessoas deslocaram-se àquele aeroporto durante o fim de semana, altura em que estava prevista a chegada de um voo de repatriamento vindo de Israel, alegadamente à procura de cidadãos judeus e israelitas.
Citado pela RIA Novosti, Putin instou as forças de segurança do país a atuar "atempadamente" para preservar a harmonia interétnica e interreligiosa na Rússia, e afirmou que a solução para o conflito entre israelitas e palestinianos "é a criação de um Estado palestiniano de pleno direito".
Vladimir Putin culpou ainda o Ocidente pela instabilidade no Médio Oriente, e elogiou a posição russa acerca da região.
"Na nossa abordagem à situação no Médio Oriente, ao contrário do Ocidente, nunca houve interesses próprios ou intrigas Declarámos e declaramos abertamente a nossa posição, que não muda de ano para ano: a chave para a resolução do conflito é a criação de um Estado palestiniano de pleno direito, soberano e independente, um verdadeiro Estado palestiniano", disse.
Putin afirmou que os Estados Unidos "e os seus satélites" são os "grandes beneficiários da instabilidade a nível global e frisou que "até as Nações Unidas estão a ser perseguidas" pela sua posição sobre o conflito no Médio Oriente.
"O mundo ao estilo americano, com um poder hegemónico, está a desmoronar-se e a tornar-se gradualmente uma coisa do passado, mas há Estados que não querem aceitar isso".
Entretanto, também esta segunda-feira, as autoridades do Cáucaso do Norte anunciaram a detenção de 83 pessoas por participarem no motim contra judeus e israelitas no aeroporto de Makhachkala, no Daguestão.