A Zara, marca de roupa mundialmente conhecida, retirou uma campanha publicitária que apresentava manequins com membros em falta e modelos fotografadas em cenários de destruição, depois das reações menos positivas que recebeu nas redes sociais: a marca foi acusada de gozar com o verdadeiro cenário de guerra que é a Faixa de Gaza e de desvalorizar o sofrimento que os palestinianos estão a enfrentar.
As imagens integravam a campanha Zara Atelier Collection 04_The Jacket e foram lançadas nas várias redes sociais da marca e em algumas lojas do grupo. Mostram a modelo norte-americana Kristen McMenamy no que parece ser uma sala destruída ou uma casa em ruínas, com entulho como cenário, manequins partidos e estátuas cobertas de plástico. Entre as fotografias da campanha também se viam estátuas envoltas em branco, semelhantes a cadáveres.
A Zara disse no lançamento da coleção, na passada quinta-feira, que ela foi inspirada na alfaiataria masculina de séculos passados.
Todas essas imagens terão sido retiradas "como parte do procedimento normal de atualização de conteúdo" disse a Inditex, dona da Zara, segundo a Reuters.
ZARA ATELIER. Collection 04_The Jacket
— ZARA (@ZARA) December 8, 2023
A limited edition collection from the house celebrating our commitment to craftsmanship and passion for artistic expression. https://t.co/EiUO0avB4w pic.twitter.com/nK15aTYNdJ
A conta de Zara no Instagram foi invadida por dezenas de milhares de comentários críticos, muitos com bandeiras palestinianas, enquanto “#BoycottZara” se tornou tendência na rede social X (antigo Twitter).
A empresa espanhola não comentou os apelos ao boicote feitos por muitos clientes nas redes sociais, mas garantiu que a coleção “Atelier” foi concebida em julho e as fotos foram tiradas em setembro, antes dos ataques terroristas do Hamas a Israel, a 7 de outubro.