Putin e Xi escrevem artigos de jornais: um sente-se "grato", o outro sente-se "imparcial" - TVI

Putin e Xi escrevem artigos de jornais: um sente-se "grato", o outro sente-se "imparcial"

  • CNN Portugal
  • MJC
  • 20 mar 2023, 09:46
Xi Jinping e Vladimir Putin

Ambos vão agora encontrar-se pessoalmente

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Vladimir Putin elogiou o “bom e velho amigo” Xi Jinping num artigo publicado na China na véspera da visita de Estado do presidente chinês, no qual  saudou a disposição da China em desempenhar o que caracterizou como um "papel construtivo" na solução da "crise" ucraniana.

O presidente russo sublinhou que tem grandes esperanças na visita que se inicia esta segunda-feira, a primeira do líder chinês à Rússia desde que Putin invadiu a Ucrânia no ano passado. No artigo, Putin diz: “Somos gratos pela linha equilibrada da [China] no que toca aos eventos que ocorrem na Ucrânia, por entender os seus antecedentes e as suas verdadeiras causas”.

Xi, por sua vez, publicou um artigo no "Rossiiskaya Gazeta", diário publicado pelo governo russo, no qual reiterou também que o país tem uma “posição imparcial” e pediu “pragmatismo” para a Ucrânia.

Xi Jinping reconhece que não é fácil chegar a um entendimento, mas afirma que “os problemas complexos não têm soluções simples”. Xi considera que a proposta de paz apresentada pela China, um documento de 12 pontos divulgado no mês passado e amplamente rejeitado pelo Ocidente, representa "tanto quanto possível a unidade das opiniões da comunidade mundial". Nesssa proposta, Pequim destacou a importância de “respeitar a soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia, e apelou ao fim da “mentalidade da Guerra Fria”, numa crítica implícita ao alargamento da NATO.

O “plano de paz” chinês não prevê qualquer retirada de forças russas de território ucraniano, nem define a Rússia como invasor.

O líder afirma que a viagem à Rússia visa fortalecer a amizade entre os dois países, “uma parceria abrangente e uma interação estratégica”, num mundo ameaçado por “atos de hegemonia, despotismo e intimidação”. “Não há modelo universal de governo e não há ordem mundial em que a palavra decisiva pertença a um único país”, escreveu Xi.

Os analistas consideram que a visita de Xi será importante para Moscovo. “A China é de longe o aliado mais importante da Rússia”, disse Alexander Gabuev, especialista em relações da Rússia com a China, citado pelo The Guardian. “Que Xi, o líder do segundo país mais poderoso do mundo, esteja disponível para visitar Moscovo durante a guerra na Ucrânia é extremamente simbólico.”

Na quinta-feira, uma investigação jornalística feita pelo jornal norte-americano Politico, baseada em documentos comerciais e alfandegários, revelou que empresas chinesas estão a fornecer armas e outro material militar a organizações russas.

A visita acontece três dias depois de Putin ter sido alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por supervisionar a deportação de crianças ucranianas e dois dias depois de o presidente russo fazer uma visita-surpresa à cidade ocupada de Mariupol. 

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