O Presidente Joe Biden apelou aos republicanos para que cumpram a sua palavra sobre o apoio à Ucrânia, durante o seu discurso neste domingo na Casa Branca, depois de ter assinado uma proposta de lei de curto prazo que evitou o encerramento do governo federal dos EUA, mas que não incluía novas ajudas ao país invadido pela Rússia.
"Não há financiamento para a Ucrânia neste acordo", disse Biden, reiterando que, "apesar disso", não acreditou "que pudéssemos deixar milhões de americanos passarem pela dor de uma paralisação do governo".
O presidente disse que responsabilizaria os republicanos pelos sinais que deram anteriormente de apoio à Ucrânia.
I just signed a law to keep the government open for 47 days. There’s plenty of time to pass Government funding bills for the next fiscal year, and I strongly urge Congress to get to work right away.
— President Biden (@POTUS) October 1, 2023
The American people expect their government to work.
Let’s make sure it does. pic.twitter.com/ffjwUIPWIt
"Mas vamos ser claros. Espero que os meus amigos do outro lado mantenham a sua palavra sobre o apoio à Ucrânia. Eles disseram que iriam apoiar a Ucrânia numa votação separada", disse o presidente. "Não podemos, em nenhuma circunstância, permitir que o apoio americano à Ucrânia seja interrompido", disse o pressidente norte-americano.
Biden salientou ainda que espera que o Presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, "mantenha o seu compromisso de garantir a aprovação e o apoio necessários para ajudar a Ucrânia a se defender contra a agressão e a brutalidade".
No seu discurso, o presidente norte-americano sublinhou que, embora a proposta de lei tenha sido aprovada, continua a existir um amplo apoio bipartidário ao esforço de guerra da Ucrânia. "Quero assegurar aos nossos aliados americanos, ao povo americano e ao povo da Ucrânia que podem contar com o nosso apoio. Não nos vamos afastar", afirmou.
Originalmente, os projetos de lei para evitar a paralisação incluíam ajuda à Ucrânia, mas os fundos acabaram por ser retirados devido à preocupação de que a medida não pudesse ser aprovada dado fortes objeções do partido Republicano.
Já o chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse este domingo que o bloco iria aumentar o apoio militar à Ucrânia, depois de o Congresso dos EUA ter aprovado uma lei de financiamento provisório no final do sábado que omitia a ajuda à Ucrânia. Numa conferência de imprensa durante uma visita a Kiev Josep Borrell disse que, face a uma "ameaça existencial para a Europa", a "proposta em cima da mesa" mostrava que a UE queria aumentar a ajuda militar à Ucrânia.
As palavras de Josep Borrell chegaram após a sua primeira reunião pessoal com o Ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, que foi nomeado no mês passado. "Vamos ver o que vai acontecer nos EUA, mas da nossa parte, vamos continuar a apoiar e a aumentar o nosso apoio", afirmou Borrell, questionado sobre a votação em Washington.
"Os ucranianos estão a lutar com toda a sua coragem e capacidade", acrescentou. Se a UE quer que os ucranianos sejam mais bem sucedidos, temos de lhes fornecer armas melhores e maiores", acrescentou.