O presidente ucraniano admite que precisa de "mais tempo" para preparar a contraofensiva que tem vindo a ser antecipada pelos analistas militares.
Numa entrevista a vários media, incluindo a BBC, Volodymyr Zelensky reconheceu que “perderia muito combatentes” se avançasse agora.
"Podemos avançar e ter sucesso. Mas perderíamos muitas pessoas. Penso que isso é inaceitável. Portanto, temos de esperar. Ainda precisamos de mais tempo", admitiu aos jornalistas, explicando que o problema não são as brigadas de combate, porque essas "já estão prontas", mas sim a falta dos carros de combate prometidos pelo Ocidente, que estão a chegar “aos poucos” às mãos dos ucranianos.
Zelensky alertou para os riscos de uma “guerra congelada” entre os dois países, e disse que qualquer resultado considerado “dececionante” para o Ocidente poderia resultar na redução do apoio e na pressão para as negociações, incluindo na questão da concessão de territórios.
"Todos terão uma ideia. Mas não podem pressionar a Ucrânia a ceder territórios. Porque é que qualquer país do mundo deveria ceder o seu território a Putin?", questionou o líder ucraniano.
O chefe de Estado recusou também temer uma quebra no apoio dos Estados Unidos caso Joe Biden perca as eleições de 2024. “Quem sabe onde é que vamos estar quando as eleições acontecerem? Acredito que ganharemos até lá”, vaticinou.
Sobre o alegado ataque com drones ao Kremlin, que a Rússia diz ter sido orquestrado por Kiev e por Washington D.C., Zelensky diz ser uma “desculpa” de Moscovo para atacar o seu país.
“Procuram constantemente algo que possa parecer uma justificação, dizendo: "Vocês fazem-nos isto, por isso nós fazemos-vos aquilo". Mas não funcionou. Mesmo para o seu público interno, não funcionou. Mesmo os seus próprios propagandistas não acreditavam nisso. Porque parecia muito, muito artificial", comentou o presidente ucraniano.