O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, acusou este sábado o Ocidente de “ucranizar” as relações internacionais.
"Uma manifestação clara do egoísmo da minoria ocidental são as tentativas obsessivas de 'ucranizar' a agenda dos debates internacionais, empurrando para segundo plano uma série de crises regionais por resolver, muitas das quais se arrastam há muitos anos e mesmo décadas", disse o governante russo na Assembleia Geral da ONU, citado pela RIA Novosti.
Lavrov não poupou nas críticas ao Ocidente, classificando-o de “obcecado” com a sua “própria impunidade” e em infringir uma “derrota estratégica” à Rússia.
"A série de exercícios conjuntos recentes entre os Estados Unidos e os aliados europeus da NATO, incluindo cenários de teste para a utilização de armas nucleares no território da Federação Russa, não tem precedentes desde o fim da Guerra Fria", lamentou. "Foi declarada a tarefa de infligir uma derrota estratégica à Rússia, que é propalada por políticos irresponsáveis que se sentem impunes e perderam o sentido elementar de autopreservação".
O líder da diplomacia do Kremlin fez um apelo ao mundo para “prevenir que o planeta deslize para uma grande guerra”, antes de voltar à carga às críticas à NATO.
"Uma nova e perigosa manifestação do expansionismo da NATO são as tentativas de alargar a área de responsabilidade do bloco a todo o hemisfério oriental, sob o astuto slogan da "indivisibilidade da segurança da região euro-atlântica e do Indo-Pacífico". Para isso, Washington cria minialianças político-militares sob o seu controlo, como a AUKUS [Austrália – Reino Unido – EUA], a 'troika' EUA - Japão – Coreia do Sul, o quarteto Tóquio - Seul - Camberra - Wellington, que atrai os seus membros para uma cooperação prática com a NATO e introduz a sua infraestrutura no teatro do Pacífico", concluiu.