As autoridades pró-russas da região de Zaporizhzhia mandaram evacuar 18 localidades da região, incluindo Energodar, cidade que fica ao lado da central nuclear de Zaporizhzhia.
A decisão foi decretada na sexta-feira por Yevgeny Balitsky, governador russo da região, alegando que as forças ucranianas “aumentaram os bombardeamentos à zona da central nuclear”.
"Por conseguinte, tomei a decisão de retirar, em primeiro lugar, as crianças e os pais, os idosos, as pessoas com deficiência e os doentes hospitalizados", disse Balitsky, citado pela BBC News.
A evacuação da cidade, diz a CNN Internacional, acontece numa altura em que correm rumores de uma contraofensiva ucraniana antecipada, com a região sul a ser provavelmente um dos principais alvos, dado que a Ucrânia quer cortar a ligação entre a Crimeia e o Donbass.
No fim de semana, a Agência Internacional de Energia Atómica alertou também para a situação em Energodar, onde vive a maioria dos trabalhadores da central. Em comunicado, o diretor do organismo, Rafael Grossi, expressou “grande preocupação” pelas condições cada vez “mais tensas, stressantes e desafiantes" para os trabalhadores e as suas famílias e sobre "os riscos muito reais de segurança que a central enfrenta”.
"Temos de agir agora para evitar a ameaça de um acidente nuclear grave e as consequências que lhe estão associadas para a população e o ambiente", alertou, citado pela CNN Internacional.
O autarca ucraniano da cidade de Melitopol, Ivan Fedorov, publicou no Telegram fotografias do “pânico” gerado pelas autoridades russas, garantindo que há filas de cinco horas na estrada que liga a cidade à Crimeia.
Ivan Fedorov acusa também a Rússia de libertar pacientes de hospitais e clínicas devido ao receio do corte do abastecimento de água e eletricidade, e alega que há falta de bens, como comida e medicamentos, nas zonas evacuadas.
Numa entrevista à televisão ucraniana, Fedorov disse ainda que há vários soldados russos a disfarçarem-se de civis para tentar fugir da linha da frente. "Os nossos residentes relatam alguns casos de soldados russos que se vestem à civil. Uma das razões pelas quais o fazem é para fugirem do território temporariamente ocupado”, afirmou.
Contudo, o autarca ucraniano garante que as forças leais a Moscovo estão a movimentar-se cada vez mais em direção à frente de batalha na região de Zaporizhzhia.