O presidente russo Vladimir Putin anunciou esta terça-feira que os mísseis balísticos intercontinentais Sarmat, testados pela primeira vez este ano, irão entrar ao serviço das Forças Armadas da Rússia, ficando disponíveis para o combate.
“Pela primeira vez, iremos utilizar os mísseis balísticos intercontinentais Sarmat. Há alguns atrasos, mas não mudam o nosso plano. Será implementado”, assegura Putin, num discurso perante altas patentes militares no Conselho do Ministério da Defesa da Rússia.
O líder afirmou que a Rússia irá aumentar o seu potencial militar, garantindo a prontidão das suas forças nucleares, e que os soldados russos “estão a ganhar muita experiência”, referindo também que as capacidades adquiridas na guerra da Síria “devem ser utilizadas”.
O presidente russo garantiu também que “não há limites orçamentais” para a renovação das forças armadas. “O governo e o país estão a assegurar tudo o que o exército precisa”, anunciou, sublinhando a necessidade de desenvolver “novos sistemas de ataque” e “melhorar os sistemas de comunicação” entre os militares, bem como o recurso a cada vez mais meios aéreos não-tripulados, designadamente drones. “Eles têm de estar em todo o lado”, disse, destacando o relevo que a guerra na Ucrânia deu a estes aparelhos.
Putin acusou a NATO de usar “quase todas as suas capacidades militares contra a Rússia”, antes de elogiar os soldados russos, comparando-os aos “heróis de 1812 [invasão francesa da Rússia]” e das duas Guerras Mundiais.
“Os nossos soldados e sargentos estão a combater corajosamente pela Rússia e cumprem as tarefas que lhes são atribuídas. Estes objetivos vão ser cumpridos em todos os territórios da Federação Russa, incluindo os novos territórios”, disse. Putin agradeceu, também, aos engenheiros civis que estão a “criar estruturas essenciais na zona da ‘operação militar especial’”.
Sobre a mobilização parcial, o chefe de Estado referiu que esta “revelou problemas que a Rússia enfrenta”, e reforçou que o governo russo está a trabalhar na “modernização do sistema de recrutamento”.