Portugal vai aplicar as sanções impostas pela União Europeia aos oligarcas russos, mesmo que afetem cidadãos portugueses.
"Essas sanções são apoiadas por Portugal e são cumpridas escrupulosamente pelas autoridades portuguesas a partir do momento em que são decididas. Isso tem acontecido quer os sancionados sejam candidatos a autorizações de residência para investimento, quer sejam portugueses também", garantiu nesta terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, no Parlamento.
O multimilionário russo Roman Abramovich, a quem foi concedida nacionalidade portuguesa em abril de 2021 por ser descendente de judeus sefarditas expulsos do Península Ibérica durante a Inquisição, está entre os vários oligarcas da nova lista de sanções da UE, já depois de também ter sido visado pelo governo britânico na semana passada, o que forçou a suspensão da venda do seu clube de futebol Chelsea.
Augusto Santos Silva salientou ainda a unidade e clareza na condenação europeia da invasão russa e as propostas para enfrentar o “abalo tectónico” que a guerra representa. Portugal, referiu o ministro, subscreveu a posição de que é necessário "ser firme e não ambíguo” perante a situação, mas também prudente, tal como ficou claro no Conselho Europeu, que se reuniu em Versalhes.
Os líderes europeus disseram, claramente, que “a Rússia trouxe de volta a guerra à Europa”, recordou Santos Silva no Parlamento.