Putin garante que a Rússia não quer "absorver" a Bielorrússia - TVI

Putin garante que a Rússia não quer "absorver" a Bielorrússia

  • Agência Lusa
  • MJC
  • 19 dez 2022, 23:10
Vladimir Putin e Alexander Lukashenko (AP)

O presidente russo reforça cooperação militar com a Bielorrússia durante a sua visita a Minsk

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O Presidente russo Vladimir Putin assegurou esta segunda-feira que o seu país não vai absorver a Bielorrússia, mas propôs um reforço das ligações militares com o país aliado, após conservações em Minsk com o seu homólogo Alexander Lukashenko.

“A Rússia não tem interesse em absorver o que quer que seja. Isso não tem simplesmente sentido”, declarou Putin durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu anfitrião.

No entanto, anunciou um acordo obtido pelos dois dirigentes no decurso de conversações “substanciais” para reforçar a sua cooperação em “todos os domínios”, em particular no setor da Defesa.

Putin precisou que constituem “medidas comuns para garantir a segurança” dos dois países as “entregas mútuas de armas” e ainda o fabrico comum de armamentos.

A Rússia vai ainda prosseguir a formação dos militares russos para pilotarem aviões bielorrussos de fabrico soviético e com capacidade para transportarem armas nucleares, segundo fontes citadas pela agência noticiosa AFP.

“Somos capazes de protegermos sozinhos a nossa independência? Não!”, assinalou por sua vez o Presidente bielorrusso.

“A Rússia pode passar sem nós, e nós não podemos passar sem ela”, disse ainda. “Se alguém pensa hoje que nos pode separar, formar uma barreira entre nós, não terá sucesso” assegurou Alexander Lukashenko.

Esta cimeira entre os chefes de Estado russo e bielorrusso surge num momento em que as autoridades ucranianas afirmam recear a eventualidade de uma ofensiva russo sobre Kiev nos primeiros meses de 2023 a partir de território bielorrusso, repetindo o cenário do início da invasão em 24 de fevereiro.

O Exército russo indicou hoje que vai promover “manobras táticas” na Bielorrússia, após o anúncio em outubro da formação de uma força comum de vários milhares de homens.

No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, desmentiu que Putin tenha ido à Rússia para convencer Minsk a participar diretamente no conflito na Ucrânia, considerando essas alegações “estúpidas” e “sem fundamento”.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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