O exército russo perdeu quase 40% dos tanques que tinha antes da invasão da Ucrânia, de acordo com uma análise do think-tank International Institute of Strategic Studies (IISS).
Os analistas explicam também que, falando exclusivamente dos tanques mais importantes e decisivos, esse número aumenta para cerca de 50%.
A contagem, baseada quase exclusivamente em fontes abertas, como imagens de satélite e drone, conclui que o número de tanques à disposição da Rússia diminuiu 38%, das 2.927 unidades para cerca de 1.800.
John Chipman, líder do IISS, afirma que a guerra tem sido um “falhanço político e militar de Moscovo”. "As ações da Rússia durante o último ano levantaram questões não só sobre a competência dos seus líderes militares e de alta liderança militar, mas também sobre a coesão do comando”, disse, citado pelo The Guardian.
As elevadas perdas no inventário obrigaram a Rússia a reforçar-se nos seus stocks da Guerra Fria. Estima-se que o número de tanques deste período chegue aos cinco mil, o que vai permitir a Moscovo prosseguir com a atual estratégia de combate.
Pelo contrário, a Ucrânia, diz o think-tank, aumentou o número de tanques à sua disposição, de 858 para 953, não só devido à doação de veículos soviéticos por parte dos aliados da Europa de Leste, como também pela captura de tanques às forças russas.
Uma boa parte destes tanques, afirma o jornal britânico, foram perdidos durante o assalto falhado a Kiev, principalmente na coluna militar que partiu da Bielorrússia.
O número de tanques ao serviço das forças de Kiev vai crescer ainda mais. A Alemanha já prometeu doar 14 carros de combate Leopard 2A6, aos quais se vão juntar três enviados por Portugal. Também a Polónia vai enviar um batalhão destes carros de combate, e está já a treinar militares ucranianos para os operar.
Ao The Guardian, Ben Barry, especialista militar, afirma que a Ucrânia deverá receber 250 dos cerca de mil veículos de combate que pediu. “Podemos esperar outro ano sangrento”, afirmou.