“Temos liberdade, deem-nos asas para a proteger”. Zelensky agradece apoio, pede aviões ao Reino Unido e garante que “Rússia vai perder” - TVI

“Temos liberdade, deem-nos asas para a proteger”. Zelensky agradece apoio, pede aviões ao Reino Unido e garante que “Rússia vai perder”

Volodymyr Zelensky no Paralmento Britânico, a 8 de fevereiro (Stefan Rousseau/pool photo via AP)

Zelensky agradeceu ao Reino Unido - incluindo a Boris Johnson, que estava presente no parlamento britânico. Aproveitou o seu discurso para vincar a convicção na vitória, mas também para pedir mais material de guerra

Num discurso em inglês, logo após uma ovação de todos os presentes no parlamento britânico, Volodymyr Zelensky dirigiu-se “a todas as pessoas do Reino Unido”, incluindo Boris Johnson, que marcou presença e que teve direito a algumas palavras de agradecimento, sobretudo pelo apoio dado antes da “ocupação atroz e do terror de mísseis” por parte da Rússia. “Mostraram a vossa coragem e caráter naquela época - forte caráter britânico”. 

No seu discurso, muitas vezes aplaudido pelos presentes, Zelensky voltou a frisar a confiança na vitória da guerra. “A liberdade vai ganhar. Nós sabemos: a Rússia vai perder. E sabemos que a vitória irá mudar o mundo”, vincou. Mas aproveitou ainda para apelar a mais material de guerra.

“Na Grã-Bretanha, o rei é um piloto da força aérea. Hoje, na Ucrânia, qualquer piloto da força aérea é um rei”, brincou, revelando que ainda esta quarta-feira se irá reunir com o rei Carlos III, “um momento verdadeiramente especial”. Mas Zelensky aproveitou ainda o seu discurso para apelar a aviões de combate: “Temos liberdade, deem-nos asas para a proteger”.

“O objetivo de todos nós é que o bem vença sempre”, adiantou. “O mundo precisa da sua liderança, Grã-Bretanha. Assim como precisa da bravura ucraniana”, disse, destacando que está “orgulhoso” das tropas ucranianas.

“Estou aqui para representar todo o povo ucraniano”, disse o presidente ucraniano no parlamento britânico, que encheu esta quarta-feira para o ouvir, naquela que é a sua primeira viagem ao Reino Unido desde a invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro do ano passado. “Vim aqui pela coragem, pela nossa nação, enquanto o nosso inimigo nos aterroriza. (...) Em nome de todos os pais e mães que estão à espera que os seus bravos filhos e bravas filhas voltem para casa depois da guerra”, afirmou, perante centenas de presentes.

Tal como já tinha feito na reunião desta manhã com Rishi Sunak, Volodymyr Zelensky voltou a destacar o apoio britânico. “Londres está ao lado de Kiev desde o primeiro dia, desde os primeiros segundos e minutos da guerra. Estendeu a mão quando o mundo ainda não sabia como reagir”. 

“Como já mencionei, os nossos bravos soldados têm sido treinados no Reino Unido (...) E, obrigada, Rishi”, agradeceu Zelensky, referindo-se não apenas ao treino, mas também ao material de guerra recentemente dado à Ucrânia e que o presidente da Ucrânia diz que “nos permitirão fazer com que o mal se retire completamente do nosso país”.

O presidente da Ucrânia aproveitou ainda o seu discurso para criticar aqueles que não apoiam Kiev, ou que, direta ou indiretamente, se colocam do lado da Rússia. “Qualquer um que investe em terrorismo deve ser responsabilizado”.

Antes de discursar, Zelensky sentou-se entre o presidente da Câmara dos Comuns, Sir Lindsay Hoyle, e o presidente dos Lordes, John McFall. O discurso de boas-vindas ao presidente ucraniano, incluindo o relato do discurso anterior - feito virtualmente - coube a Sir Lindsay, que lamentou a invasão russa da Ucrânia e os danos que tem causado. E terminou a sua apresentação com um “Slava Ukraini”, expressão também usada por Zelensky no final do seu discurso.

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