Mark Milley, o principal general dos Estados Unidos, alerta que a Ucrânia tem apenas seis semanas antes que a mudança meteorológica prejudique a contra-ofensiva, mesmo que Kiev afirme que poderá continuar a lutar durante o inverno.
“Ainda resta um tempo razoável, cerca de 30 a 45 dias de combate” antes da mudança da estação, disse o presidente do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, à BBC este domingo. Depois disso, a lama e a chuva provavelmente irão prejudicar a manobrabilidade do campo de batalha, disse.
Milley acredita que a contra-ofensiva alcançou “um progresso muito constante” desde que começou no início de junho. “Os ucranianos ainda não estão acabados, esta batalha não acabou. É muito cedo para dizer como isto vai acabar”, disse Milley.
De acordo com as informações mais recentes, a Ucrânia conseguiu apenas pequenos ganhos territoriais nas principais áreas de ataque, perto da aldeia de Robotyne, na região de Zaporizhzhia, que fica a caminho da cidade estratégica de Tokmak. Um canal não oficial do Telegram pertencente à 46ª brigada da Ucrânia, que, segundo a CNN Internacional, se revelou uma fonte confiável de informações, disse que as tropas avançaram para o leste de uma aldeia vizinha, mas alertou que as forças russas ainda mantêm terrenos mais elevados nas proximidades, o que lhes dá uma vantagem.
Entretanto, uma atualização online do comando sul de ‘Tavria’ dizia: “Continuamos a fazer pequenos avanços na área de Robotyne. Cerca de 1,5 quilómetros quadrados de território ucraniano foram libertados”, embora não tenha detalhado a que período de tempo se referia.
"A contraofensiva continuará"
Questionado sobre o avanço das suas forças, na sexta-feira, o presidente Volodymyr Zelensky insistiu que a Ucrânia tem conseguido vitórias, mas apelou para que não se veja a contraofensiva como um filme de 90 minutos.
No dia seguinte, Kyrylo Budanov, chefe da inteligência militar, reconheceu que a contraofensiva estava a avançar mais lentamente do que ele gostaria. As linhas defensivas da Rússia foram bem planeadas, disse, e estão fortemente repletas de minas, o que tornou a situação no campo de batalha “complicada”. Mas embora o tempo frio seja uma realidade que os militares não podem ignorar, “as hostilidades continuarão, a contraofensiva continuará”, disse, garantindo que as forças da Ucrânia estão preparadas para continuar a atacar durante o próximo Inverno.
No início da semana, o general reformado dos EUA David Petraeus apresentou um prognóstico semelhante numa conferência em Kiev, dizendo: “Isto irá durar todo o Inverno”.