Começou por ser uma conversa nas redes sociais, nomeadamente nas contas de Telegram mais próximas do exército ucraniano. Mas esta terça-feira um artigo do Financial Times vem confirmar que o presidente da Ucrânia se prepara para substituir o comandante das Forças Armadas, o popular general Valery Zaluzhny.
Escreve a publicação britânica que este poderá ser o maior abanão no exército ucraniano desde que começou a guerra com a Rússia, quando estamos prestes a completar dois anos dessa data.
Volodymyr Zelensky ofereceu ao militar um novo papel, mas Zaluzhny recusou, de acordo com quatro fontes relacionadas com o assunto. Duas delas dizem mesmo que o presidente ucraniano tornou claro ao general que, mesmo que não aceitasse o novo cargo, seria dispensado do atual.
Apesar disso, Zaluzhny continua à frente do exército. A demissão não acontece de imediato, e até pode levar algum tempo a efetivar-se.
Publicamente as autoridades ucranianas insistem em negar esta situação. O Ministério da Defesa da Ucrânia escreveu num canal de Telegram que esta saída “não é verdade”, ainda que sem dar mais contexto.
A confirmar-se a substituição, a mesma acontece depois de vários meses de especulação sobre o destino de Zaluzhny, general popular entre os ucranianos, mesmo perante o falhanço da contraofensiva que terminou no inverno.
De resto, essa contraofensiva terá sido o ponto de rutura entre Zaluzhny e Zelensky, sendo que o gabinete presidencial chegou mesmo a punir o general por ter utilizado o termo “impasse” quando se referiu ao menor sucesso da contraofensiva.