As casas estão mais caras e há menos para comprar. Más notícias numa altura em que apesar de estar a abrandar, a inflação continua muito elevada, retirando poder de compra aos portugueses.
Ainda assim, e de acordo com os dados publicados este domingo pelo Confidencial Imobiliário, o preço das casas aumentou 4,3% no 1.º trimestre de 2023, em relação ao trimestre anterior. Uma retoma na trajetória de subida de preços.
Em paralelo, e explicando o porquê de os preços também subirem, a projeção aponta que foram vendidas 35.500 casas, menos 3% em relação aos três meses anteriores, quando se realizaram 36.600 transações imobiliárias. Trata-se do terceiro trimestre consecutivo de quebra de atividade, diminuindo assim a oferta, o que faz, naturalmente, subir os preços.
Refere o Confidencial Imobiliário que a subida de preços já era esperada num contexto de perda de dinâmica das vendas, nomeadamente pelo que tem sido recolhido nos inquéritos de confiança realizados junto de promotores e investidores.
A explicar esta quebra, os especialistas encontram duas razões: o agravamento da perda de confiança dos operadores por causa do pacote Mais Habitação, apresentado pelo Governo, e o aumento nos custos de construção, que em 2022 subiram 23%.
Estes dados confirmam uma inversão da tendência imobiliária, depois de 2022 ter sido sempre de desaceleração nas vendas, em especial nos últimos seis meses. Entre outubro e dezembro do ano passado, por exemplo, essa variação tinha sido de apenas 3,2%.
O valor das casas vendidas em Portugal nos primeiros três meses do ano ficou-se numa média de 2.114 euros por metro quadrado, dividindo-se entre os 2.864 euros por m2 no caso das casas novas e os 2.040 euros/m2 nas habitações usadas.