Vai alugar uma casa para as férias? Saiba como evitar burlas - TVI

Vai alugar uma casa para as férias? Saiba como evitar burlas

  • Filipe Maria
  • 1 ago 2023, 22:00
Alojamento local, turismo, habitação, turistas, lisboa. Foto: Horacio Villalobos/Corbis via Getty Images

PISTAS DE CONSUMO || Durante o mês de agosto, todas as terças-feiras, publicamos uma pista para o ajudar nas férias

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Encontrou a casa de férias perfeita para alugar e decidiu contactar o anfitrião; o dono decide desviar a conversa para o Whatsapp e informa que deve pagar uma caução antecipadamente para reservar o lugar. Estes sinais podem ser o suficiente para fazer soar um alerta, mas antes de tomar qualquer decisão, veja como pode evitar e denunciar burlas.

Comparar, comparar, comparar

Em conversa com Sofia Lima, jurista da Deco Proteste, a especialista defende que uma das primeiras coisas que se deve ter em consideração é desconfiar relativamente a ofertas que pareçam demasiado boas e com valores muito baixos. Para saber se este é o seu caso, a jurista recomenda a comparar ofertas na mesma área.

Por norma existe uma certa concorrência e se existe um valor que é demasiado baixo, isso poderá ser motivo para desconfiar. Não significa que um proprietário não decida pôr um valor um bocadinho mais baixo do que é normal, estas situações podem ocorrer. Mas, se for um valor muito grande, se calhar é motivo para desconfiar”.

Neste mesmo sentido, a jurista da Deco Proteste defende ainda que devemos também ter cuidado com as fotografias dos anúncios, que podem ser retiradas da internet, pelo que recomenda a tentar obter fotos de outros ângulos em caso de dúvida. Por outro lado, comparar ofertas também pode ser útil pois, caso a oferta seja fraudulenta, pode mesmo encontrar o proprietário legítimo noutra plataforma.

Não ceder a pressões

A especialista da Deco Proteste recomenda ainda a não ceder a qualquer tipo de pressão já que a sua finalidade é, geralmente, assegurar uma transferência bancária rapidamente. Para este fim, os burlões podem dizer coisas como “temos outros interessados”, ou que tem de fazer rapidamente a transferência para assegurar a reserva, mas neste aspeto a "imaginação não tem limites", ressalva a jurista.

Sofia Lima sublinha que não deve ser feito qualquer pagamento enquanto não houver certezas do que se está a contratar, já que dificilmente será possível, ou praticamente impossível, recuperar algum valor perdido para uma burla.

Por outro lado, “nas alturas de maior procura, é natural que se peça um determinado valor para assegurar a reserva”, mas isto é algo que pode variar de caso para caso, e também da própria plataforma onde a reserva está a ser feita. Em algumas plataformas, por exemplo, o valor da reserva é pago por inteiro ainda antes da estadia.

Verifique o número de alojamento local

Se persistirem dúvidas, pode também verificar se existe um número de registo de alojamento local associado à residência, esclarece Sofia Lima.  Este número pode ser disponibilizado pelo próprio alojamento na plataforma onde a casa se encontra publicitada, mas também é possível fazer uma pesquisa no portal Registo Nacional de Turismo e verificar se o alojamento em causa está, efetivamente, registado.

Atenção aos desvios para fora da plataforma

A Deco Proteste alerta também para o risco que pode existir quando os burlões tentam desviar a conversa para aplicações externas, como o Whatsapp, alegando que vivem no estrangeiro, por exemplo. Em situações limite, a jurista garante que há mesmo burlões que, após já feita uma transferência, podem ainda pedir uma nova transferência.

Como tal, a jurista aconselha que, na “medida do possível”, todas as transações e os procedimentos da reserva sejam feitos dentro da plataforma já que esta é a melhor forma que as pessoas têm para se salvaguardar.

Como denunciar

Tratando-se efetivamente de uma burla, Sofia Lima explica que poderá denunciar o caso às autoridades policiais como a PSP ou a GNR. Dependendo da situação, existe mesmo um gabinete do cibercrime da Procuradoria-Geral da República, e o mesmo para o Centro Nacional de Cibersegurança. Mas, “as autoridades policiais serão a primeira abordagem a fazer”, ressalva a Deco Proteste.

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