Surto de cólera no Haiti fez 450 mortos desde o início de outubro - TVI

Surto de cólera no Haiti fez 450 mortos desde o início de outubro

  • Agência Lusa
  • AM
  • 8 jan 2023, 10:38
Surto de cólera no Haiti (AP Photo)

Autoridades de saúde haitianas confirmaram um total de 1.570 casos e outros 22.575 casos suspeitos que ainda estão a ser analisados

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Um surto de cólera já matou 452 pessoas no Haiti desde que surgiu há três meses, confirmou o Ministério de Saúde Pública do país, que está em estado de emergência alimentar e assolado pela criminalidade.

De acordo com o último balanço oficial publicado na noite de sábado pelo jornal Haiti Libre, as autoridades de saúde haitianas confirmaram um total de 1.570 casos e outros 22.575 casos suspeitos que ainda estão a ser analisados.

O número de hospitalizados com sintomas ascende a 18.360, desde a declaração do primeiro caso em 3 de outubro de 2022.

A média de idade dos hospitalizados é de 20 anos e a incidência é especialmente notável entre crianças de 1 a 9 anos, com um total de 7.200 casos prováveis.

A este cenário junta-se a crise de fome no país. Nesse sentido, o primeiro-ministro, Ariel Henry, anunciou que nos próximos dias o Haiti começará a receber apoio financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI) para responder à emergência alimentar.

O Haiti é um dos primeiros países a beneficiar desse programa - chamado Janela de Choque Alimentar -, o que lhe permitirá implementar "uma série de ações de proteção social", detalhou o primeiro-ministro na rede social Twitter.

O primeiro surto de cólera no Haiti aconteceu em 2010, quando as forças de paz da ONU do Nepal introduziram a bactéria no maior rio do país através dos esgotos.

Na altura, quase 10.000 pessoas morreram e mais de 850.000 ficaram doentes.

Desta vez, a situação é ainda mais complicada, afirmou o diretor no Haiti da fundação internacional Food for the Hungry (Alimentar os que têm Fome, em tradução livre), Boby Sanders.

Segundo este responsável, quase metade dos doentes de cólera tem menos de 15 anos e luta para sobreviver devido ao agravamento da crise alimentar.

A situação é dificultada ainda mais por causa da violência crescente entre ‘gangues’, o que impede as organizações de ajuda de chegarem aos que mais precisam.

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