Hepatite aguda: os dois tipos de sinais a que os pais devem estar atentos - TVI

Hepatite aguda: os dois tipos de sinais a que os pais devem estar atentos

Os sinais de de alerta de hepatite aguda estão categorizados em dois grupos. (Pixabay)

O tom amarelo dos olhos e da pele não é o único sinal de alerta ao qual os pais devem estar atentos. Mas especialistas deixam um aviso: “Não vamos entrar em pânico e pensar que todas as crianças que vomitam estão com hepatite, a gastroenterite é mais frequente”.

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Perante o desconhecimento da causa e, por consequência, a impossibilidade de prevenir o surgimento da hepatite aguda crónica que já afeta duas centenas de crianças em todo o mundo, os especialistas instam os pais e profissionais de saúde a estarem atentos aos comportamentos das crianças e a eventuais sinais de alerta que possam merecer um olhar mais atento e uma avaliação médica.

A Sociedade Portuguesa de Pediatria emitiu um comunicado para os profissionais de saúde em que categoriza os sinais de alerta de hepatite aguda em dois grupos:

  • “Um grupo é com os sintomas específicos de hepatite, que são a cor amarela dos olhos e da pele [icterícia], a dor de barriga, particularmente na parte superior direita, as náuseas, a falta de apetite e os vómitos”.
  • Um segundo grupo de sintomas inclui um “quadro mais inespecífico” de sintomas que podem também ser comuns a outras doenças e infeções, como é o caso de “sintomas de vómitos, diarreia e dor de barriga com mais de uma semana de duração associada a prostração importante”.

Em qualquer um destes dois quadros, a criança devem ser observadas”, destaca Hugo Rodrigues, pediatra no hospital de Viana do Castelo e docente na Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Porto e na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho.

A pediatra Mariana Capela também defende uma maior atenção por parte dos pais, mas pede cautela nos alarmismos. “Não vamos entrar em pânico e pensar que todas as crianças que vomitam estão com hepatite, a gastroenterite é mais frequente”, diz.

No entanto, “no cenário atual”, diz, e na presença de “casos mais prolongados de vómitos e quadros mais exuberantes de diarreia”, os pais podem ficar um pouco mais alerta, mas “é bom não entrar em pânico”, reforça.

Também Eunice Trindade, pediatra com subespecialização em gastrenterologia pediátrica e médica no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) já tinha alertado, em declarações à TVI/CNN, que os pais devem estar atentos, mas que que é necessário transmitir alguma serenidade aos progenitores e cuidadores.

Antes de correr para as urgências, ligar para o SNS24 e falar com o médico

Para Jorge Amil Dias, pediatra especialista na área de gastroenterologia, os pais devem “tomar as medidas habituais de vigilância em caso de doença”, que são, enumera, “contactar o médico assistente e dizer que o filho come mal, vomita e tem febre”, por exemplo, e mediante o que o clínico diz, “combinar com o médico quando é o momento adequado para a criança ser observada”. Já perante “sinais de gravidade”, como é o caso de “criança com olhos amarelos, muito prostrada e a vomitar muito, pode fazer sentido ir à urgência”.

Mariana Capela, pediatra no Hospital Lusíadas Porto, refere que “ligar para a Saúde 24 é sempre uma via recomendada quando há dúvidas”, podendo os pais também “consultar um médico” primeiro antes de irem às urgências, se assim entenderem que faz sentido.

“O que deve preocupar os pais não é esta hepatite, mas todas as doenças que as crianças podem ter, mas é importante dizer aos pais que, neste momento, não há nenhum tratamento específico para esta hepatite e, por isso, não vale a pena irem a correr para os hospitais quando a criança vomita ou tem febre. Esta é só uma das doenças que pode afetar as crianças”, diz à CNN Portugal o também presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos.

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