A Comissão de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis do Patriarcado de Lisboa apelou hoje “às vítimas ou testemunhas de abusos” praticados por padres no ativo, na área da diocese, que contactem aquele órgão, para que se tirem consequências.
O apelo surge após aquela Comissão de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis ter apresentado ao cardeal-patriarca, Manuel Clemente, “quatro nomes de sacerdotes assinalados pela Comissão Independente, que viriam a ser afastados temporariamente, como medida meramente cautelar”.
Em comunicado, a Comissão sublinha que, “para se poderem tirar daí as consequências devidas”, é necessário “proceder à investigação prévia das situações que lhes dizem respeito e que podem configurar casos de abuso, designadamente sexual”.
Os contactos para a comissão podem ser feitos pelos meios desejados pelas vítimas, nomeadamente o e-mail protegereprevenir@patriarcado-lisboa.pt.
Em março, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Menores na Igreja Católica em Portugal, grupo que foi liderado pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, fez chegar ao Patriarcado uma lista de 24 nomes de membros ligados à Igreja e suspeitos de abuso.
Segundo uma nota divulgada na ocasião pelo Patriarcado, daqueles 24 nomes, oito eram de sacerdotes já falecidos, dois de sacerdotes doentes e retirados, três de padre sem qualquer nomeação, cinco de padres no ativo, quatro eram nomes desconhecidos, um dos nomes referia-se a um leigo e outro a um padre que abandonou o sacerdócio.
Ao longo de quase um ano, a Comissão Independente liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, validou 512 dos 564 testemunhos recebidos, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de vítimas da ordem das 4.815.
Na sequência destes resultados, algumas dioceses afastaram cautelarmente sacerdotes do ministério.