A descida das temperaturas hoje na ilha espanhola de La Palma, arquipélago das Canárias, após uma vaga de calor, está a ajudar a extinguir um incêndio que consumiu 5.000 hectares e obrigou a retirar 4.000 pessoas, segundo as autoridades.
"A noite decorreu normalmente, a situação meteorológica ajudou-nos muito, as temperaturas baixaram consideravelmente", declarou, satisfeito, Sergio Rodriguez, presidente do governo regional de La Palma, num vídeo publicado nas redes sociais.
No epicentro do incêndio florestal, que deflagrou na madrugada de sábado em Puntagorda, a temperatura às 11:00 locais (10:00 em Lisboa) era de 24 graus, contra os mais de 40 registados na sexta-feira e 33 no sábado.
O combate ao incêndio foi feito uma centena de bombeiros e a preocupação agora é suster o avanço das chamas, que já entrou nos limites do Parque Nacional da Caldera de Taburiente.
"Estamos confiantes de que nas próximas horas ou dias conseguiremos pôr fim a este incêndio", disse o ministro do Turismo, Indústria e Comércio, Héctor Gómez, que visitou o local, citado pela estação de televisão estatal TVE.
Hoje, nove helicópteros e dois hidroaviões estão envolvidos em rotinas de descarga constantes para atacar os principais flancos do incêndio e tentar conter as chamas, sobre as quais já foram lançados 152 mil litros de água em 241 descargas.
Este incêndio ocorreu na ilha de La Palma após a erupção de um vulcão, de setembro a dezembro de 2021, também no oeste da ilha, mas mais a norte.
Em 2022, cerca de 500 incêndios consumiram mais de 300.000 hectares em Espanha, um recorde europeu, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (Effis).
Desde o início de 2023, cerca de 66.000 hectares já arderam, e o ano promete ser igualmente arriscado para este país, duramente afetado pelas alterações climáticas.
A primavera foi a mais quente de que há registo e a segunda mais seca, segundo a agência meteorológica espanhola.