Prédio da Mouraria onde houve incêndio "não foi estruturalmente afetado" e pode continuar a ser habitado - TVI

Prédio da Mouraria onde houve incêndio "não foi estruturalmente afetado" e pode continuar a ser habitado

Depois da PJ, foi a vez das equipas da Câmara de Lisboa e da Proteção Civil realizarem uma vistoria ao edifício. Assim que reativarem luz e gás, todos os habitantes poderão voltar, com exceção dos do rés-do-chão direito, onde ocorreu o incêndio

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O edifício na Mouraria, em Lisboa, onde aconteceu um incêndio na noite de sábado, vai poder ser reabitado, uma vez que "estruturalmente não foi afetado, não tem nenhuma patologia". No entanto, neste momento, "não tem condições de habitabilidade porque não possui energia elétrica nem gás". "Até que estas infraestruturas sejam repostas as pessoas não poderão regressar a casa", explicou o responsável da Proteção Civil no final da vistoria ao local.

Depois disso, "todos os pisos e todas as frações, à exceção do rés-do-chão direito, onde ocorreu o incêndio, estarão a partir desse momento libertadas e poderão ser habitadas", concluiu o responsável. 

O alojamento de emergência dos cerca de 20 desalojados está a ser feito pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A Polícia Judiciária realizou esta manhã perícias ao prédio. Acompanhados por vários dos moradores, os elementos da PJ procuraram indícios que possam explicar como o incêndio começou. As primeiras hipóteses apontam para que o fogo tenha sido provocado por um curto circuito no quadro elétrico, mas nada está confirmado até agora.

Durante a tarde, decorreu uma vistoria com equipas da Unidade de Intervenção Territorial Centro Histórico, da Câmara Municipal de Lisboa, Proteção Civil e Regimento Sapadores Bombeiros, que estiveram a avaliar o estado do prédio para perceber qual poderá ser o seu futuro, e, em consequênca, que soluções se poderão encontrar para as pessoas que ali viviam.

O incêndio, no sábado à noite, terá começado na cozinha do rés-do-chão de um prédio, na Rua do Terreirinho, que deveria ser uma loja. A proprietária explicou à CNN Portugal que arrendou o espaço por 750 euros. que seria apenas para funcionar como estabelecimento, mas que na verdade funcionava como alojamento - provavelmente com sub-arrendamento.

No espaço viviam cerca de 20 pessoas, entre as quais um casal com dois filhos. A rapariga de 9 anos sobreviveu, mas o irmão de 14 anos morreu no incêndio. Houve ainda mais uma vítima mortal, um homem adulto.  Ambas as vítimas eram de origem indiana.

Os vizinhos testemunharam que viram o fumo e as chamas, alertaram as autoridades e, enquanto os bombeiros não achegavam, ajudram os moradores a sair do edifício. As pessoas tiveram dificuldade em sair, sobretudo por causa dos beliches e de o espaço estar sobrelotado.

O incêndio, que segundo os bombeiros começou na cozinha do rés-do-chão do edifício, afetou 25 pessoas, 24 residentes e um não residente, deixando 22 desalojados. Todas as pessoas internadas em hospitais tiveram alta, durante a noite de sábado e no domingo, e foram assistidas essencialmente por inalação de fumos, disseram as autoridades hospitalares.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, esteve no local na noite de sábado e garantiu que todos os desalojados seriam apoiados, lamentando as duas mortes.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou com Carlos Moedas na mesma noite para se inteirar da situação, lamentando igualmente a perda de vidas.

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