Pacotes de batatas fritas e refrigerantes mais pequenos: a tendência que está a dar dinheiro às empresas de snacks - TVI

Pacotes de batatas fritas e refrigerantes mais pequenos: a tendência que está a dar dinheiro às empresas de snacks

  • CNN
  • Danielle Wiener-Bronner
  • 15 jul 2022, 11:38
Pepsi, Lays e Fritos, os snacks, batatas fritas e refrigerantes da PepsiCo nos supermercados Foto Joe Raedle Getty Images

A Pepsi está a ganhar muito dinheiro a vender doses mais pequenas. É uma tendência de mercado. A razão é a inflação, mas também as preocupações com a saúde dos consumidores

A maior tendência nos snacks é uma coisa pequena: os pacotes de batatas fritas e as latas de refrigerantes estão a ficar mini.

A empresa PepsiCo está a ter a um “enorme crescimento [em] formatos pequenos” de snacks, bem como em mini-latas dos seus produtos açucarados, disse o presidente executivo da companhia, Ramon Laguarta, na terça-feira numa conferência telefónica com investidores.

A razão? “Controlo das doses”, disse Laguarta.

A PepsiCo tem vindo a reduzir o açúcar e as gorduras em toda a sua oferta para apelar aos consumidores preocupados com a saúde. E vê a procura por pequenas embalagens como parte da tendência de alimentação saudável.

Os aperitivos e bebidas de baixo teor de gordura e de calorias são também certamente populares - as vendas de bebidas sem açúcar estão a crescer três vezes mais depressa do que as bebidas com açúcar, e os aperitivos assados também estão a crescer mais rapidamente do que os aperitivos fritos, disse Laguarta.

Mas por vezes quer-se mesmo alguma coisa doce, salgada ou gorda, embora com moderação. É aí que entram os tamanhos mais pequenos.

Além do controlo das porções, oferecer diferentes tamanhos de embalagens é também uma forma estratégica para empresas como a PepsiCo apelarem a uma grande faixa de clientes, através das suas muitas marcas de snacks e bebidas. Com uma grande variedade de tamanhos, há artigos para quase todos, desde os chefes de grandes famílias até aos compradores de impulso nos postos de gasolina, passando pelos pais que embalam os almoços escolares das crianças todas as manhãs.

“Está a tornar-se cada vez mais óbvio que os tamanhos de embalagens mais pequenas são realmente importantes" para as empresas que tentam atrair mais clientes, disse Duane Stanford, editor da revista Beverage Digest. "Se o fizerem bem, isso é definitivamente uma vitória".

Petiscos baratos em viagem

Há outro bónus para a empresa: quando os clientes compram tamanhos mais pequenos, normalmente gastam mais dinheiro por quilo em comparação com uma versão maior do snack ou bebida - por vezes, significativamente mais. E à medida que as pessoas regressam às suas rotinas pré-pandémicas, algumas estão a preferir lanches e refrigerantes que podem ser comidos em movimento, independentemente do seu custo relativamente mais elevado.

"No pós-pandemia, as pessoas voltaram a horários ocupados e estão cada vez mais a escolher opções convenientes que se adaptam aos seus estilos de vida, incluindo produtos que podem ser facilmente transportados", disse Claire Lancaster, diretor de alimentação e bebidas da WGSN, uma empresa de previsão de tendências.

A procura por artigos mais pequenos poderá também dever-se a um crescimento em geral dos snacks, observou, acrescentando que as pessoas estão a mudar "para lanchar durante todo o dia em vez de comerem três refeições sentadas".

E, embora os consumidores paguem menos por quilo em artigos de maiores dimensões, ainda estão a gastar mais dinheiro. Isso pode não ser viável para todos os compradores, especialmente porque a inflação está a subir.

Assim, as pessoas com um orçamento apertado podem gastar dinheiro num pequeno lanche, mesmo que não tenham dinheiro para comprar um pacote maior. E à medida que os preços sobem, "os consumidores gastam menos por opções que estejam no seu orçamento", disse Lancaster.

Laguarta apontou uma variedade de tamanhos de embalagens e preços como um método para manter os consumidores e impulsionar as vendas.

Os clientes que hoje só podem pagar um pequeno snack podem tornar-se os clientes habituais de amanhã, concordou Stanford, uma vez que as empresas esperam que eles "fiquem com o [seu] produto ou mesmo que passem para versões mais caras".

 

 

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