Rui Rocha é o sucessor de Cotrim Figueiredo na liderança da Iniciativa Liberal - TVI

Rui Rocha é o sucessor de Cotrim Figueiredo na liderança da Iniciativa Liberal

Rui Rocha na convenção da Iniciativa Liberal (António Pedro Santos/Lusa)

O novo líder da Iniciativa Liberal promete acolher "todos os liberais" para conquistar o seu objetivo de "transformar Portugal"

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Rui Rocha é o novo líder da Iniciativa Liberal. Nas eleições para a presidência da comissão executiva, que decorreram este domingo durante a 7.ª Convenção do partido, o deputado derrotou a também parlamentar Carla Castro e o conselheiro nacional José Cardoso.

A lista L, do deputado liberal, venceu com 51,7% dos votos, seguindo-se a lista M, de Carla Castro, com 44% e a lista A, de José Cardoso, com 4,3%.

Acompanhado da sua comitiva, Rui Rocha subiu ao púlpito da reunião magna e deixou um agradecimento aos adversários e abriu a porta aos militantes que não votaram na sua lista: “Para que não fiquem dúvidas, ao agradecer a Carla Castro e José Cardoso, conto com todos os liberais sem exceção. Todos os que queiram participar no futuro da IL. No futuro da IL, são todos muito bem-vindos, somos todos liberais, estamos cá para mudar Portugal."

Rui Rocha agradeceu também a João Cotrim Figueiredo por ter sido "um líder extraordinário" ao longo dos últimos três anos. "Não há palavras que descrevam o que [Cotrim] fez pelo partido", acrescentou.

“O partido precisa de transformação, nós vamos fazê-la e vamos fazê-la de forma muito rápida. Queremos o partido pronto para as batalhas que queremos combater”, disse.

No discurso de encerramento, Rui Rocha criticou o bipartidarismo, que, na sua perspetiva, "tem tido consequências nefastas para Portugal", desde logo no novo aeroporto, nos debates quinzenais e na revisão constitucional. Neste ponto, o agora líder da IL convidou os liberais para sair às ruas em fevereiro para "lutar contra a revisão constitucional" que "o PSD e o PS estão a cozinhar" e que "põe em causa os direitos fundamentais dos portugueses".

Rui Rocha dirigiu ainda várias críticas ao Governo socialista, declarando-o "politicamente morto". "O Governo do PS pode agarrar-se ao poder, pode durar meses, até anos, mas está esgotado, está politicamente morto, e fomos nós que o declarámos com a moção de censura", exclamou, seguido de aplausos dos liberais que, em pé, o ouviam atentamente.

Para o novo líder dos liberais, a IL "é o único partido do espectro político" que se assume como oposição ao Governo e,  por isso, reiterou o seu objetivo de "levar a IL a um patamar de 15%" nas próximas legislativas. "É o único patamar que nos permite influenciar a política portuguesa com significado e transformar o país", argumentou.

Nos últimos dois meses de campanha eleitoral, Rui Rocha foi o nome que ficou associado à continuidade do caminho percorrido nos últimos três anos por João Cotrim Figueiredo, o líder cessante dos liberais que não quis esconder o seu apoio imediato ao deputado, além da maioria do grupo parlamentar dos liberais.

Rui Rocha já é conhecido entre os liberais, tendo sido eleito deputado nas legislativas de 2019 pelo círculo eleitoral de Braga. Licenciado em direito, o liberal apresentou-se à corrida à sucessão de João Cotrim Figueiredo com a lista L, sob o lema “Liberalismo para todos”, e com a promessa de garantir “o equilíbrio entre a continuidade e a renovação" do partido.

Na chegada ao Centro de Congressos para o arranque do segundo dia de trabalhos da convenção eletiva, Rui Rocha e João Cotrim Figueiredo cumprimentaram-se com um forte abraço diante das câmaras da comunicação social, quase como num prenúncio daquele que seria o passar do bastão da liderança do partido.

Aos jornalistas, garantiu que "não há fraturas irreparáveis” entre os liberais, mesmo depois daquela que foi uma campanha eleitoral e uma convenção marcada por divergências internas, e prometeu que “a trajetória de crescimento vai continuar”.

O anúncio dos resultados da convenção eletiva, a primeira da história do partido em que há uma disputa interna para assumir a liderança, surgiu com várias horas de atraso em relação ao que estava inicialmente previsto, e que mereceram apupos dos liberais que aguardam o nome do sucessor de João Cotrim Figueiredo no centro da sala da reunião magna.

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